Lesionado por Pelé, ex-zagueiro do Cruzeiro quer ser referência para Dedé
Campeão brasileiro pelo Cruzeiro em 1966, Procópio Cardoso é uma inspiração para Dedé. Não pela carreira vitoriosa que teve com as cores do time mineiro, mas, sim, por superar problemas seríssimos no decorrer da carreira.
No auge com as cores da Raposa, o ex-zagueiro foi atingido por Pelé em uma partida entre Santos e Cruzeiro no Pacaembu e rompeu o tendão do joelho esquerdo. A lesão o afastou dos gramados por cinco anos, três meses e 13 dias.
Os sucessivos problemas clínicos de Dedé, afastado temporariamente das atividades da equipe na última semana por conta de um edema ósseo no joelho esquerdo, estão longe de deixá-lo fora dos gramados por este longo período. Mas o defensor não consegue uma sequência de partidas desde novembro de 2014.
Em entrevista ao UOL Esporte, Procópio Cardoso conta como superou a contusão e diz que pretende ajudar o defensor de 29 anos na volta ao futebol.
"Eu busquei meu modo de voltar a jogar. Alguns médicos que me operaram, à época, foram contra a minha volta. Eu voltei, porque eu não estava conformado de ficar fora, embora a minha perna até hoje não dobre. Ela chega até determinado ponto. Mesmo assim, eu joguei e em alto nível. Não falo isso para me vangloriar, mas para tentar ajudar, mostrar o que vivi", afirmou.
"É dentro de você, eu falei para mim mesmo que não ficaria aleijado, inutilizável. Busquei, fiz educação física, prestei vestibular, ainda sem ter as condições ideais para fazer as provas, porque havia o vestibular escrito e os exames físicos. Eu fiz tudo no limite. Mas um médico, o doutor Márcio Ibrahim de Carvalho, me disse: "Procópio, o corcunda sabe como se deita". Fiz educação física, voltei a jogar aos 33 anos e joguei mais dois anos. Fui campeão mineiro pelo Cruzeiro", acrescentou.
Os conselhos de Procópio Cardoso a Dedé não param por aí. Citando o seu problema e a desconfiança em relação ao retorno, o ex-jogador da Raposa conta como entrou na faculdade.
"A minha volta dentro do Cruzeiro, onde ele joga. A minha história é pública e notória. Eu, aos 33 anos e quatro meses, fui fazer teste no Cruzeiro. Sabe o que é isso? Eu me formei em educação física e fui jogar no time de veteranos do Cruzeiro aos sábados. E estava jogando como centroavante. Aí como tinha vários conselheiros do Cruzeiro, eles me perguntaram se não queria fazer um teste no Cruzeiro. Fiz um teste e marcava Roberto Batata, Palhinha, Dirceu Lopes e Joãozinho. Aí chegou um ponto de o Perfumo perguntar ao treinador o motivo de eu não ser titular. Estreei contra o Vasco no Rio de Janeiro marcando o Roberto Dinamite. Fui campeão e terminei a minha carreira tranquilo. O exemplo que posso dar é esse. Força de vontade, determinação, dedicação, ouvir as pessoas e saber o seu limite. Como disse o doutor Márcio Ibrahim de Carvalho, "o corcunda sabe como se deita". Eu tinha um problema, a minha perna não dobrava toda. Então é isso, reconhecer o seu limite. Tinha que saber como me portar. Eu acho que o Dedé é novo e pode voltar. Fiquei cinco anos machucado", relatou.
"Acho que o problema do Dedé é saber a hora de voltar, a hora que estiver bem. É preciso orientação", completou.
Procópio revela ainda que tentou conversar com Dedé sobre o fato, mas não obteve êxito: "Ele tem potencial, hoje, para ser um dos melhores zagueiros do Brasil. Eu me dispus a isso [conversar com o atleta], mas deixei para lá, porque não quiseram. Cada um tem seu modo de pensar. É uma pena, porque conheço sobre zagueiros".
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