Aprendizado com Seedorf pode ajudar Rafael Marques no ataque do Cruzeiro
Sem Rafael Sóbis, Mano mudou sua estratégia preferida e se viu obrigado a escalar o time com um centroavante fixo, com Ábila ocupando a função. A chegada de Rafael Marques, no entanto, pode mudar isso. Em sua apresentação, o ex-palmeirense falou da versatilidade que pode emprestar ao treinador, contando que teve um professor de peso no quesito.
Quando ainda atuava pelo Botafogo, nas temporadas de 2012 e 2013, Rafael Marques teve a oportunidade de conviver e jogar ao lado de Seedorf. Na companhia do craque, o atacante recebeu conselhos importantes e viu seu futebol despontar no time carioca. E uma dessas características desenvolvidas pelo jogador foi a versatilidade, deixando as beiradas para se destacar também na função de 'falso 9'. E é justamente esta condição que o técnico Mano tem em falta no Cruzeiro de hoje.
"O Seedorf foi um atleta que aprendi muito. Em 2013, quando brigamos muito com o Cruzeiro na ponta, eu pude atuar como falso 9. Treinando no dia a dia, tendo uma função tática completamente diferente, onde os quatro jogadores se movimentavam muito e não tinham posição fixa. Me dei muito bem ali. O Seedorf me fez aprender muito e hoje posso mostrar isso", comentou o jogador.
Portanto, com a chegada de Rafael, Mano terá novamente uma opção para montar seu ataque ideal, ora com o quarteto se movimentando bastante e revezando posições, ora com um finalizador nato à espera da bola dentro da área.
Além de ser mais voluntarioso que Ábila, Rafael Marques também poderá ajudar em um quesito há muito tempo pouco explorado no Cruzeiro. Jogada de sucesso na dobradinha do bicampeonato brasileiro, a bola aérea deixou de ser utilizada. Até aqui, a equipe só marcou quatro gols de cabeça na temporada. Quando enfrenta defesas fechadas e não consegue penetrar com velocidade, o Cruzeiro acaba forçando uma pressão na base do abafa e isso leva os jogadores a alçarem muitas bolas na área. Porém, a estatura baixa dos atacantes não costuma ajudar. Com Rafael Marques e seus 1,90m, essa história pode mudar.
"O que mais a gente comenta, e vejo muitos comentários, é que a bola aérea é um ponto positivo. Se costuma dizer que jogadores de ponta têm de ser rápidos. Eu não sou lento, mas também não sou de sprint rápido. Sei cadenciar, usar a experiência, poder dar um passe, ajudar na marcação. É uma característica diferente dos atacantes do Brasil. O futebol exige isso, que o próprio centroavante volte para marcar. O posicionamento tático ajuda muito. Taticamente procuro orientar os jogadores dentro de campo. Mas a principal característica é fazer gols", acrescentou.
Com o nome publicado no BID, Rafael Marques já tem condições de estrear com a camisa do Cruzeiro. Apesar de já estar treinando normalmente, o atacante só fez uma partida pelo Palmeiras em 2017 e por isso deverá ganhar oportunidades aos poucos na equipe celeste. Para a partida deste domingo, contra o Sport, a tendência é de que comece entre os suplentes de Mano Menezes na Ilha do Retiro.
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