Visita e medalhões. A estratégia do Inter para tirar rebaixamento do time
O Inter optou por manter a base do time rebaixado para a segunda divisão. Ao iniciar a montagem do elenco visando a recuperação do clube, a direção vermelha aproveitou uma série de atletas que fizeram parte da queda inédita até então e provocou uma reformulação nada drástica. Será necessário, com as mesmas caras, driblar os efeitos do rebaixamento. Vídeos em visitas aos quartos na pré-temporada e apoio nos mais experientes são a estratégia.
"Eu venho conversando quase todo dia, e antes do jogo-treino conversei bastante na reunião. Os jogadores têm que colocar na cabeça que são eles que farão o Inter retornar à Série A. São esses, é difícil mudar muita coisa em relação ao que temos aqui dentro. Eles precisam esquecer o que aconteceu no ano passado o mais rápido possível. Mas ainda tirando exemplo. São jogadores experientes, com uma certa bagagem, e são eles que precisam assumir a responsabilidade junto com a direção e comissão técnica. Temos que esquecer as coisas ruins, a torcida está magoada e machucada, mas são eles que podem fazer ela sorrir", disse o treinador após a derrota por 2 a 1 para o Tubarão-SC em jogo-treino que encerrou a pré-temporada.
Do time considerado titular, que começou o jogo, Uendel, D'Alessandro e Roberson são os únicos que não fizeram parte do rebaixamento. Neris, Alemão e Klaus entraram no decorrer do compromisso. Em 2016, uma das repetidas alegações para a queda de rendimento de um elenco considerado qualificado foi o abalo psicológico. A cada passo mais perto do abismo, os atletas sentiam-se pressionados por protestos da torcida, ameaçados pelos maus resultados, e não conseguiam render o esperado.
Mas 2017 precisa ser diferente também fora de campo. Logo de cara, o técnico Antonio Carlos aproveitou sua pré-temporada para dar início ao processo de 'retirada' do rebaixamento do Internacional. Visitas particulares e vídeos iniciaram tal ideia.
"São ideias no campo, nas conversas e em cima de vídeos. Trabalhamos durante a semana indo ao quarto de alguns jogadores passando o que acontece no dia a dia, os nosso treinos são todos gravados. Nesses próximos três dias, descansando um pouco mais, a gente entrará com uma atitude diferente. Temos que fazer de tudo para o time entrar em um ritmo diferente e se possível, conseguir uma vitória logo de cara ", falou.
Foram 10 dias no hotel Vila Ventura, em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre. Durante o período, dois jogos-treino sem sucesso. Um empate em 0 a 0 com o Inter de Lages-SC e uma derrota para o Tubarão-SC por 2 a 1.
Mas não apenas nos vídeos mora a estratégia colorada para reverter o abalo da Série B no calendário. Apoiar-se em jogadores mais experientes é uma das saídas. Neste ponto, o principal nome é D'Alessandro, ídolo do clube e figura central da equipe aos 35 anos.
"Todos sabem o que o D'Ale significa para o Inter. É uma honra e um orgulho jogar ao lado dele", disse o goleiro Danilo Fernandes. "Eu sempre fui fã dele, desde criança. Tento aprender e desfrutar a cada treino", completou Seijas.
Além dele, Ceará de 36 anos, e até mesmo Danilo Fernandes, de 28, mas que se consolidou como liderança, serão base para reconstrução psicológica.
Apesar disso, reflexos do ano passado ainda devem ser vistos no comportamento dos torcedores. O primeiro jogo oficial do Inter em 2017 será neste domingo, no estádio Antonio Davi Farina, contra o Veranópolis, pelo Gauchão. O encontro ocorre às 17h (horário de Brasília).
"O torcedor está muito magoado e machucado com tudo que aconteceu no ano passado, mas não é fácil. É o início de um trabalho. Sabemos do sentimento dos torcedores e jogadores, eles estavam aqui. Devagar vamos procurando dar uma cara nova ao Internacional em cima das ideias que passamos", finalizou Zago.
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