Seleção feminina dos EUA exige faturar como a masculina e ameaça greve
Integrantes da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, atual campeã mundial, declararam em entrevista ao canal de televisão CBS que estão liderando um movimento para que as jogadoras tenham o mesmo tratamento e recebam os mesmos valores que os atletas da seleção masculina por parte da federação norte-americana.
Segundo a meio-campista Carli Lloyd, eleita melhor jogadora do mundo em 2015 e bicampeã olímpica, há a possibilidade de a seleção entrar em greve caso suas exigências não sejam atendidas.
"Nós somos o 'Dream Team' dos Estados Unidos. Já estivemos no topo e acho que somos as melhores da história do esporte feminino. Estamos dispostas a fazer o que for para ter o que pedimos", disse Lloyd.
Segundo a goleira Hope Solo, a federação norte-americana tem estruturas diferentes de pagamento para os homens e as mulheres: enquanto a seleção masculina recebe por jogo disputado, com valores que variam de acordo com o resultado, a feminina ganha um salário fixo, com bônus em caso de vitória.
O problema estaria na discrepância entre os valores. "Nós queremos o mesmo dinheiro que os homens ganham, exatamente o mesmo. Seria US$ 5 mil (R$ 16,7 mil) por jogo, US$ 8 mil (R$ 26,8 mil) em caso de empate, e US$ 17,6 mil (R$ 59,1 mil) por vitória", explicou Rich Nichols, diretora da associação de jogadoras dos EUA.
Para efeito de comparação, em 2015, Hope Solo recebeu US$ 366 mil (R$ 1,22 milhão) após participar de 23 jogos pela seleção. Já em 2014, o goleiro do time masculino, Tim Howard, ganhou da federação US$ 398 mil (R$ 1,33 milhão) após jogar apenas oito partidas.
As jogadoras também reclamaram que viajam para os jogos na classe executiva, enquanto os homens recebem da federação passagens de primeira classe.
"Estamos fazendo história e lutando por isso. Isso não afeta somente esta equipe, ou as próximas gerações, mas é algo global", disse Lloyd.
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