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Fã, Beckenbauer só trabalhou na Copa de 2014 por causa de Carlos Alberto

A morte do Capita: Craque por onde passou e autor de gol antológico

UOL Esporte

Felipe Pereira e Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

26/10/2016 06h00

Campeão mundial como capitão e técnico, Franz Beckenbauer é um dos maiores nomes da história do futebol alemão. Também foi um fã incondicional de Carlos Alberto Torres.

A relação de alemão e brasileiro não era apenas de amizade, e isso ficou claro num episódio vivenciado pelo jornalista Luiz Penido, companheiro do capitão do tri na época em que ambos trabalhavam na Rádio Globo. “Beckenbauer veio ao Brasil e ligou para ele. Eu fui junto ao aeroporto, e aí me chamou atenção a deferência com o Carlos Alberto. O Beckenbauer era fascinado por ele e se comportava como um fã, mesmo”, relatou.

Carlos Alberto foi um dos alicerces do programa “É Campeão”, principal atração do canal fechado Sportv para a Copa de 2014. O programa reunia o brasileiro, Beckenbauer, o italiano Fabio Cannavaro, o argentino Daniel Passarellla e o alemão Lothar Matthäus, que também venceram o Mundial como capitães. E a presença deles tem relação direta com o dono da braçadeira de 1970.

Beckenbauer, especialmente, só aceitou participar do programa porque Carlos Alberto era um dos protagonistas. “Verdade que houve contrato e pagamento, mas ele não estaria se não fosse o Capita”, relatou o apresentador André Rizek.

A também apresentadora Domitila Becker passou um dia com cada capitão e notou que todos “babavam” por Carlos Alberto: “Beckenbauer e os demais ficavam olhando com admiração para ele. Ali eu vi o tamanho daquele homem para o futebol mundial”.

Na última terça-feira (25), Beckenbauer fez questão de homenagear o brasileiro. “Heidi e eu estamos profundamente chocados. Carlos Alberto era como um irmão para mim. Um dos meus melhores amigos”, escreveu o “Kaiser” na rede social Twitter, relatando o impacto da notícia para ele e a atual esposa.

Todos esses exemplos contribuem para mostrar o tamanho do personagem Carlos Alberto Torres em âmbito internacional. “Ele é muito respeitado. Vivia recebendo convites para participar de coisas lá fora. Muito mais do que no Brasil, até. Lá fora ele sempre foi considerado um jogador espetacular e uma figura muito bacana”, ponderou o jornalista Marcio Guedes, que manteve um convívio próximo de Carlos Alberto desde 1993.