O que fez o atacante Bobô trocar o Grêmio pela Austrália
O atacante Bobô não treina no Grêmio há mais de uma semana. Nesta segunda-feira, foi anunciado oficialmente como reforço do Sydney FC, da Austrália. A saída para o futebol da Oceania soa pouco convencional logo de cara. Mas um ex-companheiro e muito dinheiro explicam a investida do atacante de 31 anos.
Reserva no Tricolor, Bobô tinha seu contrato se encerrando e não teria vínculo renovado. A ideia da direção gremista era apostar em jovens que pudessem crescer gradativamente, como Batista e Guilherme. Além disso, a contratação de Henrique Almeida com vínculo de quatro anos era mais um indício de que os dias do ex-corintiano em Porto Alegre se aproximavam do fim.
Com isso, a estafe do jogador passou a buscar destinos interessantes. Com fama pelos quase 10 anos atuando na Turquia, ofertas de clubes da Ásia e Europa até foram apresentadas, mas nenhuma próxima do que ofereceram os australianos. Por lá, Bobô ganhará aproximadamente R$ 400 mil mensais. O dobro do que recebia no Grêmio.
Como o Sydney achou Bobô?
Em pouco mais de um ano de Grêmio, Bobô jamais foi titular. No ano passado, sofreu com adaptação ao futebol brasileiro, neste ano chegou a ser artilheiro da equipe, mas sempre entrando durante as partidas ou mesmo começando jogos em que os suplentes eram utilizados. Sendo assim, seria pouco provável que um clube de tão longe buscasse o atleta sem indicações.
Entrou, então, a participação da estafe do jogador, que ofereceu os serviços do atleta ao saber que o Sydney procurava reforçar o time. Alex Wilkinson, Michael Zullo e Danny Vukovic já tinham sido contratados, todos com chamados frequentes para seleção de lá.
"Nós temos muitos contatos no Brasil que nos apresentaram o nome de Bobô. Gostamos muito dele", disse o técnico Graham Arnold ao site oficial do Sydney. "Nós vemos muitos jogos de futebol. E conhecemos o Bobô o suficiente", completou.
Os australianos gostaram do histórico de Bobô e ampliaram sua pesquisa com os jogadores mais experientes do grupo e foi quando entrou um ex-companheiro do brasileiro que acabou sendo fundamental para o acerto: o eslovaco Filip Holosko, de 31 anos.
Holosko foi companheiro de Bobô no Besiktas durante três anos. De cara atestou a qualidade do jogador - que na época foi goleador na Turquia. "Holosko nos atestou tudo que esperávamos. O conhece muito bem dentro e fora de campo. Só nos ajudou a finalizar a contratação", completou Arnold. "É um jogador de muita força e marca muitos gols. Sempre foi goleador onde passou", disse o eslovaco também ao site do clube.
Grêmio satisfeito sem lucrar nada
A proposta para Bobô foi boa financeiramente apenas para o jogador. O Grêmio não lucrou nada com a liberação. Cerca de R$ 1 milhão esteve envolvido no negócio, mas com pagamentos ao atleta, de direitos econômicos e trâmites do negócio, a quantia que entrou para os cofres tricolores não serve para grande auxílio. Mesmo assim, o clube se viu beneficiado por deixar de gastar R$ 1,2 milhão até o fim do ano em salários ao jogador. Aceitou, de pronto, a saída concretizada em seguida. Bobô deixa o Grêmio com 14 gols em 55 jogos.
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