Bar alvo de terroristas em Paris acolhe Eurocopa, mas tem poucos clientes
“Nós transmitimos a Euro 2016”. A faixa exibida acima do bar traz a sensação de que a festa está programada para o jogo da França. Mas o local alvo de terroristas no atentado de novembro de 2015 fica quase vazio. Não há gritos de gol ou torcedores na rua. A rotina foi alterada.
O UOL Esporte acompanhou a vitória da França por 2 a 1 contra a Irlanda, na tarde de domingo (26), no Nostra Casa, restaurante italiano em Paris. O estabelecimento ficou marcado com a morte de cinco pessoas e outras oito feridas em um dos setes ataques dos terroristas na cidade.
“O conhecimento eu tenho (local dos ataques). E amigos não gostam por sentirem-se intranquilos, sempre desconfiados. Mas o que busco fazer é manter a rotina, não depender de receios”, explicou o parisiense Jean Lougan, sentado em uma mesa com quatro pessoas na fachada do bar.
A mesa é uma das três ocupadas durante a partida de domingo. O local tem movimento baixo, diferentemente de outros estabelecimentos ao redor do bairro.
“É uma casa de pizza, com ambiente diferente do futebol. Agora, que o atentado prejudicou o movimento, isso não tenho dúvida”, comentou o garçom francês Fran Semel (foto ao lado).
Fran faz de tudo para deixar o ambiente da casa leve. Aumenta o volume da televisão em lances perigoso, coloca música no intervalo da partida e caminha pelo local com óculos estilizado com as cores da França. O esforço parece em vão, já que são poucos olhares para a televisão.
O garçom é novo no estabelecimento. Não estava no fatídico dia do atentado. Os dois funcionários que presenciaram as cenas do terror deixaram o cargo.
Presente no bar, o dono do estabelecimento recusa entrevistas. Ele é acusado pela imprensa francesa de vender imagens da ação dos terroristas por 50 mil euros (cerca de R$ 200 mil) ao jornal inglês “Daily Mail”. A gravação da câmera de vigilância foi divulgada pelo veículo no dia seguinte, com a polícia não tendo acesso prévio.
As fortes imagens mostram um atirador se aproximando do local e mirando clientes. A cena incrível é a arma travada evitando o disparo em uma mulher na porta do bar, e salva no momento em que chega um carro para sua fuga.
“Essas imagens chocaram Paris. O bar também ficou famoso, pois tinha um garçom muçulmano e ele salvou vida de duas mulheres feridas, socorrendo na rua e as levando para o porão”, comentou Elise, moradora de Paris sentada sozinha em uma das mesas do bar.
Na terceira mesa ocupada do bar estava uma equipe de televisão alemã. O objetivo também era narrar um dia de jogo da França no local, explica o produtor.
O jogo da França na Eurocopa em pleno domingo transcorre quase todo sem clientes no bar. A sequela do terrorismo parece evidente.
“Fazemos de tudo para que não haja tensão. Note que não há policiamento, achamos desnecessário. Só que parece ser um processo duradouro até tudo ser apagado˜, destacou Fran.
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