Presidente do Santos tem contas reprovadas e corre risco de impeachment
As contas do balanço patrimonial do Santos de 2015, referentes ao primeiro ano de mandato do presidente Modesto Roma, foram reprovadas em votação no Conselho Deliberativo do clube nesta quarta-feira, na Vila Belmiro. A votação foi acirrada e cercada de troca de farpas. Foram 83 conselheiros contra a aprovação das contas e 81 a favor. Os membros da mesa queriam votar após o término da votação, mas foram proibidos pois a mesma já havia sido encerrada.
Agora, o presidente santista corre o risco de sofrer até um impeachment. Isso porque o artigo 68 do Estatuto Social do Santos prevê que o presidente e vice de futebol podem ser impedidos de seguirem seus mandatos com as contas reprovadas.
No entanto, o processo de impeachment terá que ser pedido e aprovado no Conselho para que Modesto Roma e companhia sejam afastados. Antes disso, a atual gestão do Santos terá direito a um recurso para provar que pode reaver as contas.
A situação política de Modesto Roma ficou complicada após o Conselho Fiscal apontar muitas irregularidades do mandatário no comando do clube. Pagamento de intermediários em contratações e renovações de atletas, antecipações de cotas de transmissões de televisão sem autorização do Conselho e a venda e recompra do volante Alison encabeçam as insatisfações dos conselheiros.
“O conselho fiscal entende que não pode existir comissões em caso de atletas de custo zero. Se não paga o empresário para fazer o jogador que está livre no mercado, o jogador não vem. É a realidade do futebol. O empresário cobra comissão, sim. O conselho também não entende pagar comissão nas renovações de técnicos, auxiliares e etc. Eles têm empresários sim. No caso do Dorival, o empresário dele é o Edson Khodor, cunhado do Dorival. Vocês acham que os grandes técnicos não tem empresário? É só ter mais contato com o futebol. Não morro de amores por empresários, mas é a realidade do futebol”, explicou Modesto na reunião.
Além disso, o déficit do Santos aumentou de R$ 203 milhões, em dezembro de 2014, quando o ex-presidente Odílio Rodrigues terminou o seu mandato, para R$ 282 milhões em 2015.
Já preocupada com a votação das contas, o Santos divulgou uma nota em seu site na tarde desta quarta-feira alegando que ações administrativas levaram o clube a um superávit de R$ 53 milhões neste ano. No entanto, o valor se deve a venda de Geuvânio ao futebol chinês e a um novo contrato de transmissão de TV.
Conselheiro engasga com bolacha e paralisa reunião
O conselheiro e ex-dirigente do Santos, Murilo Barletta, engasgou com uma bolacha durante as explicações do presidente Modesto Roma sobre o parecer da Comissão Fiscal do clube, e causou tumulto na reunião do Conselho Deliberativo. O discurso do mandatário foi interrompido após o pedido urgente de um médico no local. O conselheiro foi atendido, se recuperou após alguns minutos e a reunião foi retomada.
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