Oposição pressiona no Corinthians; direção diz que Lava Jato não assusta
A citação a Arena Corinthians e a acusação de um possível pagamento de propina pela Odebrecht ao vice corintiano André Luiz de Oliveira nesta semana começaram um foco de pressão da oposição dentro do Parque São Jorge. O discurso da diretoria, entretanto, não é de preocupação: a interlocutores, cartolas do alvinegro têm dito que devem colaborar com as investigações, e que delas pode até sair algo positivo para o clube.
A pressão acontece por meio de conversas internas e uma carta entregue aos presidentes dos conselhos deliberativo e de orientação. Liderados pelo candidato derrotado à presidência Antônio Roque Citadini, os oposicionistas querem que o Corinthians disponibilize toda a documentação para as autoridades que cuidam da investigação, além de esclarecimentos rápidos e a criação de uma comissão para acompanhar e ajudar a apurar o caso.
Pessoas próximas ao presidente do clube, Roberto de Andrade, afirmam que a operação Lava Jato, até o momento, não causa preocupação, mas será seguida de perto. Isso porque existe a expectativa de que a comprovação de eventuais atos ilícitos pela Odebrecht, que construiu a arena, acabem reduzindo o preço do estádio e, consequentemente, a dívida do Corinthians - inicialmente previsto em R$ 820 milhões, o valor superou R$ 1,2 bilhão.
Qualquer comprovação de propina ou superfaturamento pode servir ao clube como argumento para reaproximar o valor da arena ao previsto inicialmente. Essa preocupação, aliás, não é novidade no Parque São Jorge: em 2013, um estudo independente feito por conselheiros já apontava sinais de que o custo das obras estaria acima do que deveria.
O alvinegro realizará nos próximos meses uma auditoria na Arena Corinthians - serão mapeados todos os pontos inacabados das obras, e haverá um estudo sobre o quanto foi gasto em comparação com as obras que foram realizadas. Por isso, o clube não assinou ainda o termo oficial de recebimento do empreendimento (Certificado de Aceitação Final da Obra), embora já atue no local desde 2014.
A suposta propina ao vice-presidente André Luiz de Oliveira apontada pelos investigadores da Lava Jato, por enquanto, também não causa transtornos. Na data em que o pagamento teria acontecido segundo os investigadores, André não ocupava cargo oficial no Corinthians.
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