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Del Nero não emplaca CEO da CBF em Sindicato. Superpoder irrita federações

Rogério Caboclo, diretor executivo e financeiro da CBF - Rafael Ribeiro/CBF.com.br/Divulgação
Rogério Caboclo, diretor executivo e financeiro da CBF Imagem: Rafael Ribeiro/CBF.com.br/Divulgação

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

15/01/2016 15h43

O presidente licenciado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, não conseguiu emplacar Rogério Caboclo como vice-presidente do Sindicato do Futebol. Na eleição realizada na última quinta-feira (14), o escolhido para o mandato de três anos foi André Pita, que é diretor de desenvolvimento de projetos da CBF e presidente da Federação Goiana.

Caboclo é diretor financeiro da entidade e, recentemente, ganhou também o cargo de diretor executivo, função dada a ele com a escolha de Antônio Carlos Nunes como sucessor de Del Nero após a saída de Marcus Vicente.

Mustafá Contursi, que foi reeleito como presidente do Sindicato, admitiu que Caboclo teve seu nome cotado para o cargo, mas disse que não houve interferência alguma de Del Nero no caso.

"De fato o Caboclo foi um dos nomes cogitados, mas não houve nada de interferência de Del Nero. O povo é bom para inventar intrigas. O que teve é uma eleição e questões meramente estatutárias", disse Mustafá por telefone ao UOL Esporte.

SUPEREXECUTIVO NA MIRA DAS FEDERAÇÕES

Caboclo começa a enfrentar resistência das federações filiadas à CBF. Cartolas das entidades estaduais reclamam dos superpoderes dados a ele e já o chamam de “verdadeiro presidente em exercício”.

Segundo eles, Antônio Carlos Nunes tem apenas função figurativa na entidade. Apontam que Caboclo tem dado as cartas apenas cumprindo ordens de Del Nero. 

A situação irrita as federações, que alegam não terem participado da escolha de Caboclo. A CBF disse que não iria se posicionar sobre as críticas dos federados. 

Como também mostrou o blog do Juca Kfouri, a sucessão de Del Nero é algo que faz a CBF fervilhar. Convencidos de que o banimento de Marco Polo Del Nero por parte da Fifa é uma questão de dias, diretores da CBF se movimentam para aparar arestas e tentar uma renúncia coletiva dos vice-presidentes, para, então, convocar novas eleições.