Após calendário, movimento de atletas focará fair play financeiro
Lançado na última terça-feira, o Bom Senso F.C., movimento formado por 75 jogadores de futebol do Brasil, elegeu o calendário como primeiro foco de discussão. O modelo proposto pela CBF para a temporada 2014 foi o estopim para o manifesto, que conta com representantes de 18 dos 20 times da Série A. Depois de pleitearem uma mudança nessa seara, os atletas já até elegeram um segundo tema para discussão: a adoção de práticas de fair play financeiro.
O conceito de fair play financeiro foi aprovado em 2009 pelo comitê-executivo da Uefa, entidade que comanda o futebol europeu. Foi essa a definição para um conjunto de medidas voltadas a sanear as finanças das equipes profissionais do Velho Continente.
Na Europa, o regulamento do fair play financeiro foi aprovado em maio de 2010. A Uefa passou a monitorar no ano seguinte as finanças dos clubes, com foco em limite de endividamento e despesas condicionadas às receitas. A partir da temporada 2013/2014, a entidade começou a punir quem não se adequou.
A ideia do Bom Senso F.C. é sugerir a adoção de algo similar no Brasil. Os atletas trabalham com duas possibilidades de fair play financeiro: um modelo passivo, com um compromisso de as equipes reduzirem gradativamente as dívidas, e uma versão mais ativa, com estabelecimento de metas para ganhos e gastos ao longo do ano.
Na última terça-feira, o movimento dos atletas apresentou a união e abordou o primeiro tema. Os jogadores pediram uma reunião com a CBF para discutir a temporada 2014 do futebol brasileiro. A entidade havia divulgado na semana anterior o calendário do próximo ano, quando os Estaduais começarão a partir de 11 de janeiro.
Inicialmente, os atletas querem discutir com a CBF a possibilidade de alterar esse modelo. Contudo, o grupo formado pelos jogadores já buscou assessoria jurídica para saber caminhos de brigar por modificações.
A argumentação dos atletas será alicerçada em dois tópicos: o direito que os atletas têm de gozar 30 dias de férias e a especificidade da profissão. Eles se apoiam no histórico de jogadores que acionaram os tribunais em busca de ressarcimento por hora extra e que fracassaram porque essa é uma peculiaridade do segmento. Do lado contrário, a pré-temporada também seria.
O próximo passo do movimento é uma reunião agendada para a próxima segunda-feira. Nesse encontro, os jogadores debaterão possibilidades para o calendário nacional e os movimentos seguintes do Bom Senso F.C. – como apresentar à CBF e aos clubes os dois modelos de fair play financeiro, por exemplo.
A escolha dos temas é um recado dos atletas sobre a composição do movimento. Eles queriam discutir assuntos que fossem abrangentes e que abordassem o futebol como evento. Havia uma preocupação de não limitar o debate aos interesses dos jogadores.
Essa é, aliás, uma das principais justificativas que o movimento tem para ter se distanciado de sindicatos. A ideia dos jogadores que lideram o manifesto é discutir o futebol como um todo, não apenas pelos interesses da classe.
*Colaboraram Bernardo Gentile, Guilherme Palenzuela, Jeremias Wernek, Pedro Ivo Almeida, Rodrigo Paradella e Vanderlei Lima
JUCA CHAMA SINDICATO DE 'OPORTUNISTA'; BIRNER PEDE MENOS JOGOS
JUCA KFOURI - Como era de se esperar, os acomodados “sindicalistas do futebol” que há décadas fazem de seus cargos meros cabides de empregos, agora surgem radicalizando, propondo até greve e querendo tomar para si as conquistas trabalhistas dos atletas que jamais tiveram o dedo deles.
VITOR BIRNER - A reformulação do calendário do futebol brasileiro é muito importante. Se houver menos jogos, a qualidade deles aumentará. Com os atletas mais bem preparados na parte física, o nível técnico das partidas ficará mais alto.
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