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Sensação da Copa, Marrocos movimenta mercado e R$ 475 milhões de cara

Ounahi marcado por Griezmann na semifinal da Copa, entre Marrocos e França - Gabriel Bouys/AFP
Ounahi marcado por Griezmann na semifinal da Copa, entre Marrocos e França Imagem: Gabriel Bouys/AFP

Do UOL, em Doha (Qatar)

17/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Marrocos decide contra a Croácia, neste sábado (17), às 12h (de Brasília), quem fica com o terceiro lugar na Copa do Mundo do Qatar. A campanha já é histórica, porque foi a primeira seleção árabe e africana a chegar tão longe no torneio em quase cem anos. Mas, apesar de acabar hoje, a jornada dos "Leões do Atlas" no Qatar ainda promete novos (e milionários) capítulos pela frente.

Antes mesmo do fim da participação de Marrocos no Mundial, os jogadores da seleção que foi a sensação da vez viraram assunto nos grandes clubes europeus e já agitam o mercado da bola. Os meio-campistas Azzedine Ounahi e Sofyan Amrabat são os nomes mais comentados e já viram à distância seus clubes estabelecerem valores altos para negociá-los. Na soma de ambos, 85 milhões de euros (aproximadamente R$ 475 milhões).

Ounahi tem só 22 anos e virou o queridinho do mercado por duas razões. Uma é o seu estilo de jogo adequado para o alto nível europeu, com destaque na defesa e no ataque e facilidade para um jogo de tabelas rápidas, com índice de erros de passe muito baixo. O agora ex-técnico da seleção espanhola Luis Enrique até se espantou com o volante: "Fiquei muito surpreendido com o número 8 de Marrocos. Desculpem, agora não me lembro do seu nome. Minha mãe, de onde saiu este cara?".

O outro motivo é que ele pertence ao modesto Angers, último colocado do Campeonato Francês nesta temporada.

De olho na chance de encher os cofres, o Angers já anunciou para o mercado que não vende Ounahi por menos de 45 milhões de euros (R$ 252 milhões). Dois interessados já bateram à porta com ofertas próximas deste valor: o Barcelona e os ingleses do Leicester.

Já Amrabat está numa prateleira diferente, porque não é mais revelação. O meio-campista tem 26 anos e está na terceira temporada a serviço da Fiorentina, com uma boa frequência de jogos como titular.

Amrabat - Divulgação/Copa do Mundo da Fifa - Divulgação/Copa do Mundo da Fifa
Primeiro volante com saída, Sofyan Amrabat foi um dos destaques de Marrocos na Copa
Imagem: Divulgação/Copa do Mundo da Fifa

Agora, o desempenho na Copa do Mundo colocou seu nome como destaque no mercado da bola. Ele é primeiro volante, mas sai jogando com qualidade, o que chamou atenção do técnico Jurgen Klopp no Liverpool. O Tottenham e o PSG também aparecem como possíveis destinos, segundo a imprensa internacional, o que fez a Fiorentina fixar a pedida por ele em 40 milhões de euros (R$ 224 milhões). O investimento dos italianos em 2019 foi metade deste valor.

Elenco é cheio de "europeus"

Marrocos chegou à Copa do Mundo com apenas dois jogadores muito valorizados e reconhecidos no futebol internacional: Hakimi, do PSG, e Ziyech, do Chelsea. No entanto, 14 jogadores do elenco atuam no futebol europeu, em clubes como Sevilla, Valladolid e Osasuna, na Espanha; Brest, Angers e Toulouse, na França; Besiktas, na Turquia; Sampdoria, na Itália; Queens Park Rangers e Burnley, na Inglaterra; Standard Liege e Genk, na Bélgica; e o Bayern de Munique, na Alemanha.

No Sevilla atuam outros dois jogadores que foram grandes destaques na Copa do Mundo: o goleiro Bono e o atacante En-Nesyri. O Manchester United já é apontado como possível destino do atacante que ficou marcado por saltar 2,75 m para marcar o gol da classificação marroquina contra Portugal, nas quartas de final. Já o goleiro é especulado no Bayern de Munique, que perdeu Neuer lesionado até o fim da temporada.

Bono - Justin Setterfield/Getty Images - Justin Setterfield/Getty Images
Bono faz grande defesa em finalização de Vlasic na partida entre Marrocos x Croácia na primeira fase
Imagem: Justin Setterfield/Getty Images

Completam o grupo dois jogadores que atuam na Arábia Saudita, um no Qatar e três no próprio Marrocos, pelo Wydad Casablanca. É o time que venceu a Liga dos Campeões da África sob o comando do técnico Walid Regragui, em maio.

Técnico também se valoriza

Antes da Copa do Mundo, Regragui era um nome pouco conhecido no mercado internacional, com menos de dez anos de carreira. Por causa do sucesso no Wydad, ele foi convidado para assumir a seleção de Marrocos em agosto. O técnico anterior tinha brigado com as estrelas Ziyech e Hakimi e foi demitido, abrindo espaço para o curto trabalho de três meses que valeu a zebra da Copa.

O contrato de Regragui com a federação de Marrocos é válido até junho de 2025, mas o nome dele já começa a circular no mercado da bola. Especialmente na França, país onde ele nasceu e teve boa parte da sua carreira como jogador.

Recentemente, o treinador admitiu que a Copa pode mudar a vida de todo o elenco de Marrocos, inclusive a dele: "Estamos jogando a Copa do Mundo, é uma vitrine para mostrarmos nossa qualidade."