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A última Copa de Messi e CR7

As principais histórias do último mundial dos melhores jogadores do século

Ronaldo 'fala quando quer' e brinca com Messi: 'Espero fazer o xeque-mate'

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi jogaram xadrez em campanha publicitária da  Louis Vuitton - Annie Leibovitz - Divulgação/Instagram
Cristiano Ronaldo e Lionel Messi jogaram xadrez em campanha publicitária da Louis Vuitton Imagem: Annie Leibovitz - Divulgação/Instagram
e Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

21/11/2022 05h10

Classificação e Jogos

O terceiro dia de trabalhos da seleção portuguesa no Qatar parecia tranquilo. Sol forte e vento fraco. Um silêncio quase ensurdecedor. Poucos jornalistas em comparação ao primeiro dia, quando Bernardo Silva concedeu a coletiva de abertura diante de mais de 300 pessoas. Um cafezinho aqui e outro ali. Mas a calmaria caiu por terra quando, aos poucos, foi surgindo o seguinte boato na sala de imprensa no centro de treinamentos do Al Shahaniya Club: Cristiano Ronaldo vai falar. Dito e feito.

Menos de 100 profissionais da comunicação social, sendo poucos estrangeiros, puderam acompanhar as primeiras palavras do craque português depois da bombástica entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, onde revelou que não respeita o treinador Erik ten Hag e se sente traído pelos dirigentes do Manchester United.

"Bom dia. Sim, me sinto bem. Já estou recuperado (da indisposição gástrica). Tenho feito bons treinos, eu e toda a equipe. Me sinto preparado para começar o Mundial da melhor maneira. Queremos alcançar as nossas expectativas", começou por dizer o camisa 7, ainda que ligeiramente nervoso.

"Se tivesse de demonstrar algo com 37 anos e oito meses? Estaria preocupado. Depois do que eu já fiz e já ganhei, seria uma surpresa para mim. Claro que tenho de demonstrar o que sou ano após ano, todos têm opiniões. Se é o Mundial é a competição mais importante? Sim, das mais, é um sonho ganhar. Seria mágico conquistar o Mundial, mas não me falta nada na vida", reforçou.

Mais solto e descontraído, Ronaldo começou então a ser abordado sobre as suas últimas polêmicas na temporada. Não fugiu das questões, individuais e também coletivas. Colocou sempre a seleção em primeiro lugar.

"Do vosso lado (jornalistas) é fácil falar e ver como escolhemos os timings (das entrevistas). Às vezes, vocês escrevem verdades, às vezes escrevem mentiras, o que é boa parte. Não preciso me preocupar com o que os outros pensam. Eu falo quando quero. Todo a gente sabe quem eu sou e no que acredito", destacou.

"Não vai influenciar em nada na seleção, no staff, nos roupeiros. Todos me conhecem desde os 11 anos. Todos querem muito esta competição, todos querem jogar. Gosto de ver a ambição muito alta. Nada vai abalar o nosso grupo", completou.

Rumo ao quinto Mundial na vitoriosa carreira, Cristiano Ronaldo ainda enviou, depois de uma pergunta do UOL Esporte, um recado para Lionel Messi, com quem participou numa foto histórica produzida pela Louis Vuitton. A imagem mostra a dupla jogando xadrez. Chegou a hora do xeque-mate no Qatar?

"Estou focado e extremamente otimista de que as coisas vão correr bem. Xeque-mate vamos fazendo na vida, não só no xadrez, e eu faço muitas vezes. Não sei ser direto quanto a isso, mas gostaria de ser eu a fazer o xeque-mate contra ele. Seria bonito acontecer, já aconteceu num jogo de xadrez, então no futebol seria ainda mais", brincou, mas sem antes falar sobre a boa e velha discussão de "melhor do mundo" com o rival argentino.

"Mesmo se ganhasse a Copa haveria esse debate. É como em tudo, há aqueles que gostam mais de loiras, aqueles que gostam de morenas. Sou um jogador ambicioso, adoraria ganhar o Mundial, mas, se não ganhar, ficaria contente na mesma com tudo o que fiz até agora. Digo sempre: se me dissessem que não voltaria a ganhar um título, já estaria orgulhoso de tudo o que fiz", finalizou.