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Agredido por assessor da CBF expõe cortes e vê injustiça: "Desproporcional"

Alexandre Nazareno, torcedor agredido por assessor de Coronel Nunes, presidente da CBF - Reprodução
Alexandre Nazareno, torcedor agredido por assessor de Coronel Nunes, presidente da CBF Imagem: Reprodução

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Moscou e Sochi (Rússia)

25/06/2018 20h00

Após alguns dias de reclusão, o engenheiro eletricista Alexandre Nazareno, 40 anos, resolveu falar e mostrar as marcas da agressão que sofreu na noite da última quinta-feira (21). Alexandre alega que, cerca de uma hora depois de uma ofensa a Coronel Nunes, presidente da CBF que jantava em restaurante em São Petersburgo, foi atacado pelo assessor Gilberto Barbosa, mais conhecido como Giba. A CBF o enviou de volta ao Brasil.

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Na versão apresentada ao UOL Esporte por Alexandre, que agora está em Moscou para torcer em Brasil x Sérvia, o assessor do Coronel Nunes teve uma reação desproporcional depois que ele, paraense como o cartola, disse “Só está mamando, né, safado?”, em crítica às ações recentes do atrapalhado presidente da CBF em viagem à Rússia. A entidade, e os próprios Nunes e Giba, se calaram oficialmente diante do episódio. Fontes da confederação tinham afirmado que foi Nazareno o responsável pela primeira agressão, o que ele nega, assim como especulações de que tinha problemas pregressos com o Coronel. 

“Como qualquer pessoa indignada, fui até a mesa do Coronel Nunes e fui crítico com ele. Só tive coragem de dizer umas palavras que muitas pessoas pensam e não dizem. Fui indelicado, interrompi sua privacidade, mas qualquer pessoa pública está sujeita a isso”, argumentou.

Alexandre afirma não estava alcoolizado e diz que só havia tomado “dois copos de cerveja” no restaurante. Depois de ser agredido e revidar, ele conta que o assessor de Nunes pegou um copo de vidro e quebrou em sua cabeça. Foram quatro cortes no rosto, conforme mostra a imagem registrada nesta terça (26). Os amigos, diz Nazareno, o impediram de dar sequência à confusão. 

“Meu sentimento é de indignação. Até onde sei, está tudo normal com o agressor, como se nada houvesse acontecido. Sei que posso ser processado pelo Coronel Nunes pelas palavras que disse, mas em relação ao que esse agressor fez comigo gostaria muito que fosse punido. Foi uma lesão grave e desproporcional”, define o engenheiro.

Com o rosto ensanguentado, Alexandre Nazareno priorizou, no momento da briga, o cuidado com os ferimentos. A polícia russa e os funcionários do restaurante se prontificaram a ajudar, mas o agredido se dirigiu a um hospital local, onde afirma ter sido bem atendido. Nazareno desconhece o número de pontos que recebeu, mas estima o atendimento em cerca de 10 horas. Ninguém da CBF, segundo ele, fez contatos nem prestou assistência. 

Assustado com a repercussão e incomodado com os cortes, Alexandre Nazareno só voltou a acessar suas redes sociais depois de cinco dias. Na volta ao Brasil com a conclusão da Copa na Rússia, ele afirma ainda que pretende ir à Justiça com a companhia do pai e dos amigos.