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Copa 2018

Tite abre período para criar variações e evitar erros de Dunga e Felipão

Willian se movimenta durante treino em Londres: carta na manga de Tite - Pedro Martins / MoWA Press
Willian se movimenta durante treino em Londres: carta na manga de Tite
Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro e em Londres

29/05/2018 04h00

Olhar para o banco de reservas em momento de dificuldade e não encontrar respostas foi uma realidade para a seleção brasileira nas últimas duas Copas do Mundo. Tite, que priorizou a busca por resultados em seus dois primeiros anos de trabalho, entende que é possível afirmar alternativas agora que possui seu mais longo período de treinamentos com os atletas. A passagem por Londres é uma chave para isso. 

Até o amistoso contra a Croácia, no próximo domingo (3), em Liverpool, e depois diante da Áustria, em Viena, no dia 10, o treinador quer aproveitar treinamentos para colocar em prática algumas experiências ainda não realizadas. E, além disso, reforçar os testes mais importantes que fez em março. A ideia de Tite é chegar à Rússia com mais cartas na manga do que possui até aqui. 

O principal motivo para essa preocupação é o tipo de jogo que Tite espera que a seleção encontre em vários momentos na Copa: rivais muito fechados na defesa, pouco espaço para os brasileiros trabalharem e, eventualmente, até linha com cinco defensores. Logo, a ideia do treinador é ter o máximo de opções para explorar pontos vulneráveis dos rivais. 

Em 2010, com reservas em quem não demonstrava confiança [Nilmar, Júlio Baptista e Grafite], Dunga viu o Brasil ser eliminado pela Holanda com desvantagem no placar e substituição por fazer. Em termos táticos, também não tinha variações significativas em relação ao plano original. Felipão, em 2014, viveu situação semelhante com Hernanes e Jô e resolveu escalar Bernard, contra a Alemanha, depois de treinar outras opções na véspera. A única mudança de sistema era a inversão de posicionamento de Neymar, que saía da ponta para o centro, com Oscar, que fazia o inverso. 

Abaixo, veja as 4 opções principais que Tite considera:

1) Afirmar as duas alternativas já trabalhadas 

Na formação base, Renato Augusto joga como meia ao lado de Paulinho e Coutinho ocupa a ponta direita e Neymar a ponta esquerda. Para deixar o time mais defensivo, Tite pode escalar Fernandinho na vaga de Renato Augusto. Ou, para ser mais ofensivo, ter Coutinho como esse meia e assim escalar um ponta mais incisivo - Willian é a primeira opção. 

2) Ter dois atacantes

Esse seria a mudança mais 'radical' em relação ao padrão já estabelecido. Tite quer ver como Gabriel Jesus se comportaria com mais um atacante pelo centro. Nesse caso, há duas opções de companheiros: Firmino, que então assumiria a vaga de um dos meio-campistas, ou Neymar, que sairia da ponta para trabalhar de maneira semelhante à que jogou na Olimpíada, e aí permitiria a escalação de Willian, Douglas Costa ou Taison. 

3) E o Taison?

Uma justificativa de Tite contra as críticas à convocação do nome mais 'autoral' de sua relação de 23 atletas é a versatilidade e o leque de opções que se abrem com ele no banco de reservas. Além de poder jogar regularmente como ponta pelos dois lados, o jogador do Shakhtar pode ser um meia-atacante para quando o treinador quiser jogar com o sistema 4-2-3-1, em uma opção mais ofensiva que a original do 4-1-4-1, mas menos que a citada no item 2, com uma dupla de atacantes.   

4) Fred também é um coringa

Para a comissão técnica, o também jogador do Shakhtar oferece muitas opções em uma área mais recuada do meio-campo. Sem muitos minutos na atual seleção, tem sido bastante experimentado por Tite em atividades com jogadores titulares ao lado. Ele pode ser reserva nas funções de Casemiro, Paulinho e Renato Augusto e impressionou a comissão técnica pelo seu desempenho em treinamentos. 

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