Sem liga, Brasileiro ainda tem distância de receita para elite da Europa
O Brasileiro é o campeonato de futebol de maior receita da América do Sul e está entre os dois mais ricos do continente americano. Porém, a competição nacional ainda tem uma distância de arrecadação para a elite da Europa, isto é, os top cinco do velho continente: Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França.
Houve movimentos de clubes para tentar formar uma liga que, pelo menos momentaneamente, fracassaram com a formação de dois blocos, Libra e Liga Forte União. Agora, restará esperar pelo futuro.
Na atual realidade, o Brasileiro gera uma receita de TV de R$ 2,1 bilhão, que é o valor dos contratos dos clubes individuais com a Globo.
No continente americano, supera a MLS com seu novo acordo com a Apple (US$ 250 milhões - R$ 1,3 bilhão). A comparação com a Liga MX, do México, é complicada porque cada clube tem um contrato individual diferente e é difícil saber o valor global.
Os mexicanos têm uma vantagem: uma venda de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) de direitos internacionais para os EUA, onde há grande colônia.
O Brasileiro gera maior receita para os clubes do que a Libertadores: a competição sul-americana distribuirá R$ 1,5 bilhão em 2024.
Mas o cenário é diferente em relação à elite europeia. Pelos números da UEFA, a Premier League tem a impressionante receita de TV de 3 bilhões de euros (R$ 16,5 bilhões). Ou seja, isso representa oito vezes a arrecadação do Brasileiro.
Na sequência, está a espanhola La Lilga com R$ 8 bilhões. A Série A (Itália) e a Bundesliga (Alemanha) têm receitas de TV próximas: R$ 5,6 bilhões, e R$ 5,7 bilhões, respectivamente. O cenário atual é de estagnação ou queda em todos os países em relação ao valor dos direitos de TV.
A Ligue 1 (França), cuja venda de direitos enfrentou problemas, tem uma receita de 500 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões). É a competição de elite europeia, portanto, que o Brasileiro poderia superar com mais facilidade caso fosse bem trabalhado dentro de uma liga.
Outros campeonatos como Portugal e Holanda têm receitas inferiores ao Brasileiro.
Sem liga, o cenário dos direitos do Brasileiro para 2025 é de estagnação ou leve crescimento. O contrato da Libra com a Globo é de R$ 1,3 bilhão por TV aberta e TV fechada. Haverá um adicional de pay-per-view que pode chegar a R$ 450 milhões. É uma projeção otimista.
A Liga Forte União iniciou sua venda de direitos ouvindo players pelo mundo. Em relação à Globo, há um teto de R$ 700 milhões a serem pagos por esses direitos. Mas a situação mais provável é de fatiamento de direitos por três ou quatro plataformas. Só saberemos o valor futuro do Brasileiro quando a LFU e o Corinthians concluírem suas negociações.
Reportagem
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