Rodrigo Mattos

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Ednaldo já se articula até para eleição na CBF e oposição não tem candidato

A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de destituir o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, gerou uma incógnita de como se dará a definição do poder na entidade. Isso, obviamente, se a medida judicial que derrubou Ednaldo, ao anular as assembleias que elegeram o atual dirigente, for mantida em decisões superiores.

A estratégia da CBF é levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça para tentar fazer valer a eleição de Ednaldo. Um recurso depende da publicação da decisão, o que não ocorrerá até sexta-feira. Em paralelo, a confederação atua junto a Fifa para garantir o mandato do presidente.

Do lado da oposição, há confiança de manutenção da medida porque a CBF teria dificuldade de recorrer da decisão por ser a vencedora da apelação no TJ.

Mas, ao se manter o status atual judiciário, o presidente do STJD, José Perdiz, nomeado para gerir a entidade, vai ter de marcar uma nova eleição na CBF em 30 dias.

Neste cenário, Ednaldo já deixou claro que vai ser candidato. Pelo menos duas pessoas já receberam ligações do dirigente pedindo apoio e dizendo que vai disputar a eleição se esta for confirmada. Oficialmente, seus aliados dizem que sua aposta ainda é na Justiça para manter o atual mandato.

Em seu mandato, Ednaldo deixou contrariados alguns de seus ex-aliados. Mas, quando se iniciou o golpe, ele obteve carta de apoio de federações estaduais e times da Série B. A dúvida entre pessoas dentro da CBF é se esse apoio se mantém sem a caneta na mão, isto é, fora do poder.

Do outro lado, a oposição articulou-se para derrubar Ednaldo, mas não tem um candidato definido para enfrentá-lo. Logo após a decisão do TJ, havia um cenário de espera em que todos queriam saber se a decisão seria mantida para poder decidir um candidato para enfrentar o atual presidente.

É certo que Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira atuam nos bastidores, mas, banidos pela Fifa, não podem ser candidatos. Castellar Guimarães e Gustavo Feijó, ex-vices da CBF e que participaram da ação judicial para derrubar Ednaldo na Justiça, são parte da oposição. Mas não há certeza sobre terem peso para serem candidatos a presidente.

Um dos nomes possível é Fernando Sarney, também ex-vice da CBF. Ele foi retirado do Conselho da Fifa por Ednaldo e atualmente os dois têm relações estremecidas. Rubens Lopes, da Ferj, é outro que almeja o cargo, mas não é uma figura popular entre seus pares de federações.

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A eleição na CBF, a se manter a decisão judicial, seria nos moldes do estatuto antigo. Ou seja, seriam necessárias assinaturas de 8 federações e cinco clubes para inscrever uma chapa. Times da Série B, por essa regra, nem votariam. Não está claro se essas serão de fato as regras para a eleição ou se a decisão judicial do TJ vai fazer alguma regulação sobre o assunto na publicação da decisão.

Reportagem

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