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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Clubes exigem apoio à Liga e cargo de diretor por aval a estatuto da CBF

Acordo entre MPRJ e CBF motivou a decisão desta segunda-feira (7) - Lucas Figueiredo/CBF
Acordo entre MPRJ e CBF motivou a decisão desta segunda-feira (7) Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

07/03/2022 16h45

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Com Igor Siqueira

Os clubes da Série A obtiveram apoio da diretoria da CBF à Liga para organizar o Brasileiro em troca de dar aval para as mudanças regras eleitorais na CBF. Além disso, os dirigentes de times pediram a troca do diretor de competições, Manoel Flores, que faz o calendário da entidade. Por isso, votaram a fator da manutenção do peso maior de voto para federações estaduais na eleição para presidente.

A negociação dos clubes foi feita com o presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues. Antes da assembleia, dirigentes de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Fortaleza se reuniram com o dirigente da confederação para fazer exigências em troca de apoio.

Pela assembleia da CBF, foi aprovada a manutenção da regra de peso diferenciado de voto. Foi mantido o critério de três votos para federações estaduais, dois para clubes da Série A e um para times da Série B. E a cláusula de barreira foi reduzida para quatro clubes e quatro federações.

Além disso, os clubes pediram a substituição de Manoel Flores da diretoria de competições. Sua atuação não agrada os clubes. Não ficou claro se Ednaldo atenderá esse pedido.

Flores é quem decide sobre questões de calendário. A organização da Liga depende de mais tempo disponível na temporada para realizar um Brasileiro estendido.

Dirigentes do clube da Série A confirmaram que houve uma conversa sobre Liga com Ednaldo em que ele manifestou apoio a ela. O presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, afirmou:

"Vejo maior ainda como importante para o futebol brasileiro. Com essa abertura da CBF para a Liga, com essa nova trava da eleição que possibilita candidaturas e possibilita processo mais democrático. E para a Liga sem dúvida, com esse compromisso da CBF de apoio à Liga. A gente deu um passo para fazer essa mudança. Foi um começo."

Ele, no entanto, não classificou como uma troca. "Não foi uma forma de negociação, eu quero isso, me dá aquilo. Foi um consenso do futebol, CBF, federações, presidentes viram assim. Não foi uma negociação, mas um entendimento."

Duílio também confirmou que os clubes combinaram de ter participação no departamento de competições, futuramente na indicação de um diretor.

Foi a mesma posição do presidente do São Paulo, Julio Casares, ao dizer que a Liga é prioridade: "O compromisso maior é o apoio incondicional à liga. A liga é irreversível. Precisamos reconstruir o futebol brasileiro. Para isso, é preciso ter maturidade, entendimento e principalmente a liga. É o foco dos clubes para a gente avançar no futebol."

Questionado sobre o tema da Liga, Ednaldo disse que o assunto já tinha sido discutido anteriormente e prometeu apoio. Mas ele não confirmou que isso esteve condicionado ao aval na mudança no estatuto da CBF.

"Olha, anteriormente já vinha sendo debatido. Eu era presidente de federação e já estava debatida. A liga está inserida nos estatutos de Fifa, Conmebol e CBF. Na lei também. É previsto, desde que atenda o ordenamento desportivo, respeitando calendários de CBF, Conmebol e Fifa. A CBF não vai se colocar contrária, vai ser parceira, até. Hoje, tem com muito êxito a Liga do Nordeste. É uma liga regional que vem fazendo um trabalho excelente, conciliado com a CBF e as federações. A CBF não se vê contrária a uma situação que pode avançar o futebol, principalmente quando se tem proposta para irrigar o futebol e não só para os clubes de elite. Mas a todo o sistema do futebol"