Tite engoliu Diniz, que cometeu erro piramidal
Dois a zero foi pouco. O Flamengo foi tão superior ao Fluminense, no primeiro Fla-Flu da semifinal do Carioca, que se a partida tivesse terminado 4 a 0, ou mais, ninguém poderia falar em injustiça.
Por outro lado, 2 a 0 foi muito, quando se imagina que agora o tricolor precisará vencer por 3 gols de diferença, para eliminar o rival. Sim, no ano passado, o Fla de Victor Pereira também ganhou a primeira por 2 a 0 e levou um vareio de 4 a 1, na volta.
A grande diferença está no trabalho dos dois treinadores rubro-negros. O péssimo VP e o ótimo Tite. Em todo o campeonato, até agora, a equipe dirigida pelo ex-treinador da seleção brasileira sofreu apenas um gol - quando jogavam os reservas e Adenor sequer estava no banco. Vai tomar três agora? Muito difícil.
Neste primeiro Fla-Flu, sem o volante André, Fernando Diniz cometeu um erro piramidal. Escolheu Renato Augusto para substituí-lo. Se tal opção fosse para enfrentar adversário mais fraco, até se entenderia. Mas era o Flamengo, de Pulgar, De La Cruz e Arrascaeta. Foi um passeio.
Quando, no segundo tempo, tentou corrigir e chegou a equilibrar as ações, ainda teve a má sorte de ver um de seus zagueiros ser corretamente expulso por uma entrada criminosa. E a partir daí, manter a derrota pelo placar mínimo passou a ser a meta. Nem isso conseguiu.
O Flamengo de Tite melhora jogo após jogo e já pode ser considerado uma equipe muito bem montada. Ainda tem uma ou outra peça fraca, como a ala direita, de Varela e Luís Araújo, mas no todo demonstra equilíbrio, excelente preparo físico e um trio de meio-campo de talento inigualável no nosso futebol: Pulgar, De La Cruz e Arrascaeta.
Não é preciso ser otimista para imaginar que 2024 será muito melhor para os rubro-negros do que o tétrico 2023. Já o Fluminense de Diniz precisa se reinventar um pouco, pois seu modo de jogar já parece marcado pelos rivais.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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