Perícia encomendada por defesa de Dudu vê falsificação em assinatura

Em sua petição inicial, o Bradesco apresentou documento no qual está registrado que a garantia dada pela BWF na operação é uma aplicação financeira VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) em nome de Eduardo Pereira Rodrigues, o Dudu.

Assim, o escritório de advocacia que representa o banco solicitou que Dudu fosse intimado para ter ciência de que sua aplicação financeira poderia ser penhorada, se a BWF não quitasse a dívida.

Ao tomarem conhecimento do processo, os advogados de Dudu encomendaram a perícia na assinatura que supostamente seria do atacante e aparece mais de uma vez no documento.

Laudo assinado pela perita Maria Regina Hellmeister G. Garcia, em março de 2024, diz o seguinte:

"As assinaturas atribuídas a Eduardo Pereira Rodrigues, que figuram na cédula de crédito bancário, peça de exame deste Parecer Grafotécnico, são falsas, eis que não foram produzidas pelo punho daquele escritor, em face de seus lançamentos padrões de confronto".

Antes da realização da perícia, em 26 de fevereiro, a advogada de Dudu, Adriana Cury Marduy Severini, enviou notificação ao Bradesco afirmando que a assinatura do jogador como garantidor era falsa.

Na notificação, encaminhada por email, a advogada exigiu que o banco deixasse de cobrar Dudu.

Outra exigência era para, em 72 horas, o Bradesco desistir do pedido de arresto sobre a aplicação financeira de Dudu. Também foi requerida a retirada do nome do jogador da ação.

No dia 4 de março, o Bradesco informou à Justiça sua desistência da ação de execução contra a BWF envolvendo Dudu.

Dois dias depois, a juíza Fernanda de Carvalho Queiroz homologou a desistência e declarou a ação extinta.

A defesa de Dudu encaminhou a perícia para inquérito policial que apura denúncia de golpe milionário no jogador.

Procurado pela coluna, o advogado da BWF, Wellington Vieira Martins Junior, disse que as assinaturas de Dudu na operação da empresa com o Bradesco são legítimas.

"A operação bancária foi feita totalmente dentro da legalidade, respeitando as regras do sistema bancário. A assinatura exarada no pedido de crédito bancário saiu do próprio punho do Sr. Eduardo Pereira Rodrigues. Qualquer informação contrária não é verdadeira".

Ele reconheceu a dívida da BWF com o Bradesco e afirmou que não houve acordo entre a empresa de Donda e o Banco para a retirada da ação.

Bradesco

A coluna perguntou, entre outras questões, para a assessoria de imprensa do banco porque houve desistência da ação e se a instituição financeira tomou providências sobre o caso. A resposta foi que o Bradesco não comentaria o assunto.

Procurada, a assessoria de imprensa de Dudu, enviou a seguinte nota:

"O caso está sendo conduzido pela equipe jurídica do atleta, liderada por Adriana Cury e Cid Vieira. Os advogados já tomaram as medidas cabíveis junto às autoridades e confiam no trabalho da Justiça".

Inquérito

No início de fevereiro, Dudu denunciou à polícia que havia sido vítima de um golpe que teria tirado de suas contas no Bradesco R$ 18 milhões por meio de movimentações feitas com assinaturas falsificadas. Donda e um ex-gerente das contas de Dudu são investigados. Ambos negam terem cometido irregularidades. O inquérito corre no 15° DP.

"O laudo elaborado por perito contratado pela defesa do Sr. Eduardo atesta que as tais assinaturas periciadas não teriam sido produzidas por ele. Já o laudo que solicitamos, vem trazendo a informação que as assinaturas que quiseram fazer crer, que ele [Donda] teria feito a título de movimentar as contas bancárias não são da lavra do Sr. Thiago Donda. Portanto para nós, essa é mais uma acusação que não vai se sustentar", disse o advogado da BWF e do ex-assessor de Dudu.