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OPINIÃO

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Brasil goleia Guiné em jogo inútil, sussurro marqueteiro contra o racismo

Vinicius Jr, do Brasil, antes do amistoso contra a Guiné, na Espanha - Pau Barrena/AFP
Vinicius Jr, do Brasil, antes do amistoso contra a Guiné, na Espanha Imagem: Pau Barrena/AFP

17/06/2023 18h31Atualizada em 17/06/2023 18h31

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Diante do racismo contínuo sofrido por Vinícius Júnior em jogos pelo Real Madrid, à CBF caberia apenas uma atitude decente: cancelar o caça níquel contra a Guiné em Barcelona. O jogo é no campo do Espanyol, talvez um dos palcos da desumanidade sofrida por Vinícius.

Mas ter uma atitude firme contra o racismo poderia valer uma multa por descumprimento de contrato. Então, optou-se por uma série de atos bonitos e inócuos. O Brasil jogou de preto, os jogadores se ajoelharam em protesto, houve punhos cerrados no painel.

E, para surpresa de zero pessoas, um segurança apontou uma banana para um assessor de Vinícius Jr. Disse que era a arma que utilizaria contra ele.

Todo o marketing montado não serviu de luta contra o racismo. Foi apenas uma tentativa de apaziguamento, de mostrar que a Espanha não é racista.

Vinícius, com sua coragem, colocou os racistas de joelho. A CBF deu a mão para que levantassem. Foi como dizer: "vamos esquecer isso aí".

E a seleção continua abandonada. As Eliminatórias começam em setembro e não há um treinador definido. Quem está no comando é Ramon, sem currículo. Dirigiu a seleção sub-20 no Mundial e foi eliminado por Israel.

O jogo contra o 79° classificado no ranking da FIFA foi fácil. Joelinton marcou na estreia, Rodrygo fez um golaço, a zaga falhou e levou gol de cabeça, Militão Marcos também de cabeça e Vinícius marcou, de pênalti.

Foi o que restou de um jogo que nem deveria ter acontecido. Que poderia ser um grito contra o racismo e que foi apenas um sussurro marqueteiro.