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OPINIÃO

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Messi humanizado é pessoa pior e jogador no auge

                                 Messi marcou um dos gols da Argentina sobre a Holanda pelas quartas de final da Copa do Mundo 2022                              -                                 AFP
Messi marcou um dos gols da Argentina sobre a Holanda pelas quartas de final da Copa do Mundo 2022 Imagem: AFP

10/12/2022 14h15Atualizada em 12/12/2022 12h47

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Horas depois de Neymar abdicar da responsabilidade que seduz os craques comprometidos - bater um pênalti decisivo em Copa do Mundo -, o goleiro Noppert disse alguma bobagem no ouvido de Lionel Andrés Messi.

Possivelmente se referia ao pênalti perdido pelo argentino contra a Polônia. Messi não ouviu. Ou não ligou para o que ouviu. Bateu com tranquilidade e fez 2 x 0 contra a Holanda. O craque superou seus fantasmas. Um pênalti perdido há alguns anos deu ao Chile a Copa América.

Na decisão por pênaltis, Messi foi o primeiro a bater. Acertou de novo. E começou a se cristalizar um novo Messi. Não mais o craque que vive em um mundo todo seu, um Olimpo particular. Apareceu um Messi humano, briguento, catimbeiro e mal-educado. Um cara disposto a mudar seus conceitos e seu estilo para dizer aos argentinos que está para o que der e vier. Faz de tudo, até deixar de ser um pouco Messi para se transformar em um dos muitos argentinos que odiamos pela vida.

Messi disse que a Fifa errou ao escalar o árbitro e que não gostou do acréscimo de dez minutos.

Messi mandou um recado a Van Gaal. Disse que prega futebol bonito e que colocou grandalhões para ficar cruzando bolas na área.

Uma resposta exagerada ao treinador que cometera o pecado de dizer que Messi joga menos quando o outro time tem maior posse de bola. Recusou-se a trocar camisa com Weghorst, que o teria provocado durante o jogo. E interrompeu uma entrevista para gritar ao holandês "o que está olhando, tonto"?

Um Messi que levou amarelo por segurar a bola com as mãos após uma falta que não houve. Um Messi que comemorou um gol em frente ao banco holandês, de forma provocativa. Topo Gigio.

Mas também um Messi capaz de grande passe para Molina fazer o primeiro.

Um Messi que deixa seu mundinho. Um gênio que arma, marca, briga.

Um Messi maradoniano.

Bom para a Argentina.

Bom para o futebol.

68/120