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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Menon: Flamengo é mistura de jiboia saciada com tigre sem dentes

03/04/2022 12h38Atualizada em 03/04/2022 12h38

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Quando Arrascaeta deixou Manoel na saudade e tocou para Gabigol justificar o apelido, eu pensei que era questão de tempo para o segundo e o terceiro.

Não foi. Ganso tomou conta do ritmo do jogo, mais cadenciado, ao contrário do que interessava ao Flamengo e, com domínio perfeito, trouxe pro bico da chuteira uma bola vadia que terminou nos pés de Cano. E Cano foi Cano.

E por que pensei que o Flamengo faria dois ou três ou quantos fossem necessários? Porque pensei no Flamengo de Jesus. E esse Flamengo não existe mais. Há tempos.

Uma digressão.

Nos tempos do glorioso Jornal da Tarde, havia um revisor chamado Hélio Cabral. Muito zeloso com a última flor do Lácio, se irritava quando alguém confundia os verbos ter e haver. E era um caçador de clichês. Exagerava, até. Não podíamos escrever contra-ataque rápido. "Você já vou um contra-ataque lento? Se é lento, não é contra-ataque, se é contra-ataque não é lento. Contra-ataque é rápido, não precisa escrever, rapaz".

Santista fanático, Hélio debochava também de preleções de treinadores. Um deles disse que queria um time de tigres famintos e não de jiboias saciadas.

O time do Flamengo é uma mistura de jiboas saciadas, jogadores que estão ainda digerindo conquistas recentes.

Pior ainda.

Se o tigre acordar, com fome de conquistas, perceberá que não tem mais dentes. Tem muita gente com história no futebol, mas já virando o fio: Diego Alves, Diego Ribas, David Luiz, Filipe Luiz, Isla, Everton Ribeiro....

E outros, jovens, como Hugo Neneca e Rodinei, que são fracos.

O treinador?

Todo treinador do Flamengo que separa Bruno Henrique de Gabigol está errado. Juntos, eles são mais que dois.

É preciso mudar. Mas o Brasileiro e a Libertadores estão aí.

Vai precisar trocar pneu com o carro em movimento.