Menon: Espanha sonha alto, apesar do sorteio

"Invitado de Piedra" é uma expressão de língua espanhola para identificar quem chega com menos moral em um sorteio e acaba complicando a vida dos favoritos.

O pote 2 do sorteio da Copa do Qatar trazia duas seleções com esse perfil: Holanda e Alemanha, que terminou no grupo da Espanha, Japão e o vencedor de Costa Rica x Nova Zelândia.

Dois campeões do mundo no mesmo grupo. Para os espanhóis, uma certa preocupação, mas nada que tire o otimismo de que a seleção fará um bom Mundial. E que pode chegar longe.

Mas, em que se baseia tanto otimismo? Afinal, depois do título na África do Sul (2010), a Espanha foi eliminada na primeira fase no Brasil (2014) e na segunda na Rússia (2018). A última eliminação com requintes de falta de organização: o treinador Julen Lopetegui foi demitido dias antes da estreia, já na Rússia, dando lugar a Fernando Hierro.

Após a Copa, Luis Henrique assumiu e o caminho até agora tem sido trilhado com competência. Em 2021, a Espanha ...

Foi finalista da Liga das Nações, perdendo para a França.

Foi semifinalista na Eurocopa, perdendo nos pênaltis para a Itália, futura campeã.

Foi finalista na Olimpíada, perdendo para o Brasil.

E da Olimpíada, vieram jogadores que renovaram a seleção: o goleiro Unai Simon (24), os zagueiros Eric Garcia (20) e Pau Torres (24), os meias Merino (24) e os atacantes Pedri (18), Olmo (23) e Oyarzabal (24), que está contundido e não deve se recuperar a tempo.

Os jovens se juntaram a experientes como Azpilicueta, Alba, Laporte, Busquets e Morata, formando um time competitivo.

Foram seis vitórias, um empate e uma derrota nas Eliminatórias, deixando Suécia e Grécia para trás. Nada tão impactante como a Alemanha com 90% de aproveitamento no grupo que também tinha Grécia e Romênia.

Grupo da Morte?

Sim. Para o Japão, que se classificou atrás da Arábia Saudita e de Costa Rica ou Nova Zelândia.

A Espanha parece pronta para renascer. A goleada sobre a Islândia (5 x 0) há poucos dias é um novo indício.