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OPINIÃO

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Menon: O choro do Rei e o grito de Mário Henrique

29/11/2021 13h00

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O torcedor anônimo, sempre a ilustrar grandes conquistas, através das câmaras de televisão, que me perdoe, mas a grande, enorme, bela, linda imagem do título do Galo é o choro de Reinaldo, ei, ei, ei, Reinaldo é nosso Rei, após os dois gols de Hulk contra o Fluminense.

E quem era o Reinaldo que chorava como uma criancinha, como um homem, como um atleticano? O Rei de Punho Cerrado, o artilheiro de 255 gols, o hexacampeão 78/83, o menino que estreou com 16 anos em 73, quando ainda era fresco o título de Odair Bacchi e Cia, dois anos antes?

Era o Reinaldo de 28 gols em 18 jogos em 1977, ausente na final em que Waldir Peres impediu o segundo título de um Galo, que terminará o campeonato 12 pontos à frente do São Paulo?

Chorava o gênio que não pôde fazer seu Galo campeão ou chorava o torcedor que via o sonho de vida se concretizar? Chorava lembrando daqueles que tentaram proibir sua comemoração pantera negra? Lembrando dos beques que tanto bateram em seu joelho?

Não há escolha. Reinaldo não cabe em um. Reinaldo é muitos. E são 50 anos em que o choro esteve represado.

Muito tempo.

Muita gente, como lembrou Mário Henrique, da Rádio Itatiaia, que não pode ver o título. Por isso, como bem disse o Caixa, tem festa na terra e no Céu. Comandada, digo eu, por Beth Carvalho.

Mário Henrique estava no estádio. Ao vivo. E talvez não tenha visto o choro do Rei. Se visse, o teria descrito com emoção. E feito muito mais gente chorar.

Seria um golaço.

Peco a ele, que conheci em um avião há mais de 20 anos, que busque a imagem e marre o choro catártico de Reinaldo.

Aí, até eu choro.