O fantasma dos 7 x 1 ainda atormenta Júlio César
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Júlio César chegou atrasado no lance. Não sei se por reação lenta ou por querer deixar o assunto escondidinho, lá no canto mais longínquo da memória. O fato é que quando disse esse jogo lembra um que eu participei, o twitter já estava lotado de referências ao 7 x 1 de 2014, a maior vergonha da história do futebol.
Estava 4 x 1para o Bayern. E quando Luisito Suárez fez o segundo, deixando Boateng na saudade, Júlio César fez uma ilação, mostrando que o amargor estava presente: se fosse um zagueiro brasileiro, vocês estariam criticando.
No final do quatro vira e oito acaba, Júlio César recorreu ao currículo de Ter Stegen para justificar o 7 x 1. "Gostaria até de me defender. Muita gente fala do 7 a 1. Tá aí o Ter Stegen, um dos melhores goleiros do mundo, tomando um 8 a 2. Ele não deixa de ser um dos melhores por isso. Futebol é apaixonante porque esse tipo de coisa pode acontecer", disse.
Gostaria de me defender. Mas quem estava atacando? Júlio estava entre amigos. Ataques no twitter? Será que ele estava vendo?
A verdade é que os 8 x 2 do Bayern de Thomas Muller fizeram mal a Júlio Cesar. Trouxeram à tona lembranças que ele pensava soterradas.
Nunca estarão. E ele nem foi o maior culpado, os gols eram indefensáveis. O problema foi o pacote todo, aquele blablabla de Família Scolari, aquele atraso futebolístico representado por Felipão e Parreira, a tentativa de trazer jornalistas para a corrente pra frente, afinal os europeus estão unidos contra o Brasil, a alegria nas pernas, a camisa de Neymar nas mãos, como se ele tivesse morrido na guerra e a carta de Dona Lúcia, a última contribuição de Parreira à CBF, o Brasil que deu certo...
É muito compreensível que Júlio César, um vencedor, não consiga se desvencilhar daquela tragédia. Nós também estamos presos àquela comédia toda. Não adianta. Um dia, sempre volta.
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