Lembranças do tri. Gol de Clodoaldo e desmaio de Conceição
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Quando se fala na Copa de 70, eu me lembro dos lançamentos de Gérson. Obras de arte. Mas há uma outra lembrança, mais afetiva.
Minha avó, Stela Stefanini Bacci, e meu tio, Pércio Bacci, haviam comprado televisão a cores. E todos os primos, na época éramos sete - Susana, Carlos, Stelinha, Val, Joãozinho, eu e Cida - ocupávamos a sala para torcer.
Também estava a Conceição Pascoal, professora. Além do tri, ela estava interessada no meu tio. Um arranjo da vó Stela, que nunca se concretizou.
Pois então, chegou o jogo contra o Uruguai. Os mais novos já contavam com o título, depois de vitórias contra Tchecoslováquia, Inglaterra, Romênia e Peru. "Calma, que o Uruguai sempre é difícil", disse o tio.
E como foi. O mais difícil. Com dez minutos, Conceição abandonou a sala e passou a dar voltas por fora da casa, que era muito grande. Andava, parava, andava.
Até que minha avó gritou Conceição tá acabando o primeiro tempo, vem tomar café. De dia, de tarde ou de noite, o café era sagrado.
E ela veio. E foi tomada por gritos e mais gritos. Alucinados, comemorávamos o gol de Clodoaldo.
Conceição foi no embalo. Brasil, Brasil, Um a zero, um a zero, estou aliviada, dona Stela.
Não é um a zero, Conceição. A gente estava perdendo.
Perdendo? Não é possível. Aí, meu Deus.
E desmontou.
No sofá, ao lado do tio.
Conceição, a invenção do fake desmaio.
Ainda está viva, a querida Conceição. Há poucos meses, foi inaugurado um museu com seu nome, em Casa Branca.
PS - O Paulo trindade me avisa que em 70 ainda não havia televisão a cores. Desculpem o erro, mas são 50 anos....
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