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Reinaldo Bastos e Ana Paula estragaram o clássico. Boa vitória corintiana

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

02/02/2020 13h24

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O Corinthians jogou muito melhor, dominou o jogo inteiro, não sofreu com um a menos e, se comemora a ascensão de Boselli, lamenta a contusão de Camacho.

O Santos está mal, muito mal. Descontando a ausência de jogadores muito importantes, como Soteldo e Carlos Sánches, ainda assim é preocupante a postura passiva em campo.

Mas, o principal do jogo foi a expulsão de Janderson após o segundo gol. Ele podia estar matando, podia estar roubando, podia estar chutando, mas, não. Estava apenas comemorando o fruto de seu trabalho, o objetivo de sua profissão. Levou o segundo amarelo e foi expulso de campo.

O juiz é Luiz Flávio de Oliveira. Ele cumpriu a regra. Se não cumprisse, pegaria uma geladeira. Então, até mesmo se ele considerasse, como eu, um absurdo, daria o amarelo.

A culpa da aplicação draconiana da lei é de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista. E de Ana Paula de Oliveira, chefe da arbitragem.

Eles continuam seguindo o estilo do Coronel Marinho, ex-chefe da FPF e da CBF. O importante é ter disciplina militar em campo. Porrada, tudo bem. Comemoração exagerada é castigo.

Sandro Meira Ricci justifica a dureza da decisão apontando a presença de uma criança entre os torcedores. Ora, se a justiça brasileira, se o ECA e quem mais de direito não falam nada sobre a presença de crianças em estádio, cabe à FPF corrigir o que seria um erro?

Não tem desculpa. São fiscais da alegria. Estragaram o clássico.

PS - A assessoria de imprensa da Federação me ligou. Dizem que é injusto culpar Reinaldo e Ana Paula por estarem apenas cumprindo uma lei da FIFA. Lei deve ser cumprida e não interpretada.

Mas, o que diz a lei?

Um jogador pode ser advertido com cartão amarelo(...) se subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos espectadores DE MODO QUE CAUSE INSEGURANÇA OU FIRA OS PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA.

Eu acho que não causou insegurança.

O Luís Flávio de Oliveira também. É só ler o que ele escreveu na súmula.

Luis Flávio, na súmula do jogo, não fala nada de segurança para justificar a expulsão. Diz apenas que ele "subiu nas escadas de acesso para abraçar os torcedores". Então, a punição é pelo tipo de comemoração e não por suas consequências.

Por isso, digo. O cartão amarelo deveria ser dado apenas se a comemoração tivesse uma consequência ruim.

Reinaldo e Ana Paula poderiam usar essa interpretação, que só beneficiária o futebol brasileiro.