Landim, não é a Globo. São mães de meninos mortos
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Há quase um ano, em 8 de fevereiro de 2019, o Flamengo viveu a maior tragédia de sua existência. Garotos que viviam alojados precariamente foram queimados vivos.
Uso a palavra tragédia para não ser venal e falar em assassinato. E não ser conivente, utilizando fatalidade. Que a Justiça decida.
O presidente Landim trata o assunto de forma covarde e insensível. Em vez de chamar jornalistas para uma entrevista coletiva, que reuniria mídia de todo o planeta, preferiu a voz oficial da TV Flamengo.
A covardia soma-se a uma falta de noção básica de comunicação. Poderia falar ao mundo como está resolvendo a situação das famílias dos jovens mortos.
Mas, o que ele diria? Negocia com mães e pais atrasados com a mesma dureza que negocia com a Globo? A mãe de Riquelmo é tão adversária como os filhos de Roberto Marinho.
É proibido piscar. Não se pode ceder. Será que Landim acredita que, se ceder agora, terá de ceder em caso de um novo incêndio.
É muita insensibilidade. E os sobreviventes dispensados? São meninos para quem o Flamengo deveria estar pagando assistência psicológica e não exigindo desempenho futebolístico.
Landim já deveria ter feito um acordo com as famílias. E exigido celeridade da polícia nas investigações. O Flamengo ganharia muito com isso. Voltaria a ter uma imagem limpa.
Landim diz que o Flamengo pode ganhar tudo. Pode mesmo. O que não vai conseguir é perder. Perder a mancha sobre sua história.
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