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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Fifa usa direitos que recuperou da Globo e passará Mundial em seu streaming

Presidente da Fifa, Gianni Infantino: entidade investe no streaming - GettyImages
Presidente da Fifa, Gianni Infantino: entidade investe no streaming Imagem: GettyImages

Colunista do UOL

09/08/2022 20h00

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A Fifa decidiu abrir o sinal do Mundial feminino sub-20 para mais de 100 países, incluindo o Brasil, por meio de seu canal de streaming, o Fifa+. O torneio será disputado na Costa Rica e terá início nesta quarta-feira (10) — a seleção brasileira estreia amanhã contra a Espanha, às 20h (de Brasília).

Até semana passada estava confirmada a transmissão das Copas do Mundo femininas sub-20 e sub-17 (esta em outubro, na Índia) via Fifa+ a 22 territórios, alguns deles exclusivos, como Alemanha e Reino Unido, como a coluna revelou. Nesta terça-feira, a Fifa confirmou que o total será de 114, com inclusão do Brasil — único país da América do Sul que terá transmissão via canal da federação internacional de todos os jogos da competição, que vai até 28 de agosto, mas não de forma exclusiva: o Grupo Globo também detém os direitos e disponibilizará pelo SporTV.

A Fifa usará o gatilho de alteração contratual com a Globo. A empresa comprou os direitos com exclusividade de torneios Fifa até 2022, em um pacote que incluía o digital. Mas em 2020 a empresa deixou de pagar uma parcela do contrato, de US$ 90 milhões, alegando dificuldades financeiras por causa da pandemia, e na renegociação da dívida em 2021 abriu mão da exclusividade no streaming por abatimento de juros.

E a Copa do Mundo?
A Fifa pretende realizar vários testes de eventos ao vivo em seu streaming, para conhecer as viabilidades financeira e técnica. Só que neste momento a cúpula da federação Fifa avalia que o serviço deve focar em torneios de países em desenvolvimento e no futebol feminino, o que exclui exibição dos jogos da Copa do Mundo do Qatar.

Para o Brasil, a Fifa ainda tenta vender os direitos digitais da Copa-2022 que recuperaram da Globo em 2021. A organização já ofereceu a diversas empresas, como Netflix, Warner Media (HBO Max), Amazon (Prime Vídeo) e Grupo Disney (Star+), mas nenhuma negociação avançou. Há um obstáculo que é a concorrência com a TV aberta, não só pelo meio convencional, mas com a Globo transmitindo jogos por streaming por meio do Globoplay.

Para os direitos que detém exclusividade (TV e rádio), a Globo repassou até o momento a sete emissoras os direitos do Mundial para o rádio: - Itatiaia (MG); Grupo Bandeirantes (SP) - com transmissão das rádios Bandeirantes e Bandnews FM; Transamérica (SP); Gaúcha (RS); Jovem Pan (SP) ; Energia 97 (SP) e Jornal (PE).

A Fifa define os locais a que negocia seus campeonatos como territórios, e não países, porque em alguns casos as vendas ocorrem para regiões que nem autônomas são. Um exemplo é o departamento francês chamado Reunião, uma ilha no Oceano Índico, em águas africanas, que a Fifa cede separadamente dos pacotes oferecidos para a França.

O Fifa+ foi lançado em 12 de abril e promete até 40 mil partidas ao vivo, e de graça, em 2022 com competições diversas de 100 confederações filiadas, 11 mil delas femininas. A Fifa não cobrará assinatura em sua plataforma e não há planos, a médio prazo pelo menos, para exigir pagamento. Além de jogos ao vivo há partidas na íntegra de Copas do Mundo passadas e documentários contando histórias de profissionais do futebol.

Os Mundiais sub-20 e sub-17 femininos terão transmissão via Fifa+ principalmente a países africanos e de regiões da Oceania. Na Europa, além da exclusividade para Alemanha, Irlanda do Norte e Reino Unido, importantes mercados da Fifa, haverá transmissão para Noruega, Suécia, Dinamarca, Ilhas Faroe e Groenlândia, mas compartilhado com emissora de TV.