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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Copa América: trauma de Enzo Pérez no gol muda regra pós surto da Venezuela

Seleção da Venezuela, que enfrentará o Brasil na primeira rodada da Copa América e tem surto de covid-19 - Divulgação
Seleção da Venezuela, que enfrentará o Brasil na primeira rodada da Copa América e tem surto de covid-19 Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

13/06/2021 09h58

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Na noite de sexta-feira (11), uma chamada urgente por meio de aplicativo de celular reuniu a maior parte do Conselho da Conmebol. A informação de que 13 membros da delegação da Venezuela positivaram para covid-19 após testes de RT-PCR realizados já no Brasil alarmou a cartolagem, principalmente pela possibilidade de goleiros estarem na lista. A dois dias da abertura da Copa América, justamente entre Brasil e Venezuela, o risco de os venezuelanos não terem time para colocar em campo assustou.

O regulamento da Copa América já previa que se pudesse fazer cinco alterações na lista de até 28 jogadores para casos confirmados de covid-19, portanto mesmo se os três goleiros estivessem contaminados outros três poderiam ser chamados, ainda a tempo de encarar o Brasil no estádio Mané Garrincha em Brasília (jogo terá início às 18h deste domingo). Mas a lembrança do que ocorreu na Libertadores, quando o meia do River Plate Enzo Pérez atuou de goleiro após um surto de covid-19 deixar o time argentino com apenas 11 atletas para entrar em campo contra o Santa Fé, assustava (o River ainda venceu por 2 a 1). Se um atleta de linha precisar jogar no gol a já criticada Copa América, que ocorre em meio à pandemia e viu patrocinadores se negarem a ativar suas marcas durante a competição, seria ridicularizada.

A decisão foi rápida e a ideia partiu diretamente do presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez: alterar o regulamento da competição e permitir trocas ilimitadas na lista por covid-19 — desde que o jogador substituto esteja em uma pré-lista, de até 60 nomes, que precisou ser enviada para a Conmebol até 1º de junho. Para alterar a regra a dois dias do torneio era preciso do aval do Conselho, formado por Dominguez e os dez presidentes das federações — pelo Brasil, com o presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado acusado de assédio sexual, participou o vice Fernando Sarney, que é um dos representantes da Conmebol na Fifa. A decisão pela alteração foi unânime.

Segundo a Conmebol, a Venezuela teve 12 casos confirmados de covid-19 na delegação, em teste realizados em Brasília após a chegada na quinta-feira (10) — um foi considerado inconclusivo. Segundo a Federação Venezuelana de Futebol (FVF), são 11 os contaminados, oito jogadores. Quinze atletas foram convocados para viajar ao Brasil, 14 da Venezuela em voo fretado e Jan Hurtado, que atua pelo Bragantino e já estava no país.

Mas se são oito contaminados, como diz a FVF, por que quinze convocados? A Venezuela pediu autorização à Conmebol para trazer jogadores extras, já que o surto pode aumentar. Num primeiro momento não serão inscritos todos os 15.

Na lista de substitutos estão três goleiros, Schiavone (27), Yustiz (29) e Romero (30). Nem Venezuela e nem Conmebol divulgaram a lista de contaminados, mas a federação se antecipou à possibilidade de Graterol, Fariñez e Romo testarem positivo.

O risco de alguma seleção ficar sem goleiro foi o que fez ser convocada a chamada de vídeo relâmpago do Conselho na noite de sexta. Na avaliação da cartolagem, mesmo podendo trocar cinco atletas poderia ocorrer de algum time ficar sem arqueiro para colocar em campo. Imagine que a Venezuela trocasse cinco contaminados, incluindo os três goleiros, mas os que chegassem para substituir também testassem positivo? A única solução seria escalar atleta de linha na posição.

A seleção da Bolívia, que estreia na segunda-feira (14) contra o Paraguai, em Cuiabá, anunciou que também tem quatro casos positivos por covid-19, três atletas e um membro de apoio da delegação. Os testes de RT-PCR precisam ser realizados a cada 48 horas, mas a Conmebol pode exigir análise diária em casos de surtos como o da Venezuela.

Inicialmente agendada para Argentina e Colômbia, a Copa América foi definida no Brasil a apenas 13 dias da abertura. Os colombianos desistiram pela situação política instável, que tem gerado protestos, e os argentinos por causa da alta no número de casos e mortes por covid-19. A decisão da CBF e do governo brasileiro em receber a competição em meio à pandemia gerou críticas, até mesmo de jogadores da seleção. A final está marcada para 10 de julho, no Maracanã.

nicialmente agendada para a Argentina e a Colômbia, a Copa América foi definida no Brasil a apenas 13 dias da abertura. Os colombianos desistiram pela situação política instável, que tem gerado protestos, e os argentinos por causa da alta no número de casos e mortes por covid-19.... - Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/marcel-rizzo/2021/06/10/argentina-sera-unica-selecao-a-fazer-bate-e-volta-durante-a-copa-america.htm?cmpid=copiaecola