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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Conmebol monitora situação do DF, e Palmeiras e Santos podem ir ao Paraguai

Estádio Mané Garrincha, que pode receber jogos de Palmeiras e Santos - Reprodução / Internet
Estádio Mané Garrincha, que pode receber jogos de Palmeiras e Santos Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

31/03/2021 09h38

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Um dia depois de agendar jogos do Palmeiras e do Santos para Brasília, a direção da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) monitora com preocupação a decisão judicial que obriga o governo do Distrito Federal a retomar as restrições para o combate à covid-19, o que proíbe a realização de partidas de futebol.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) vai recorrer, mas preocupa a Conmebol o risco de novas medidas judiciais atrapalharem o calendário em cima da hora. Por isso a entidade discute internamente se o melhor não seria já remarcar novamente esses confrontos para Assunção.

A capital paraguaia é o porto seguro da confederação para partidas que tenham problemas nas cidades previstas — a sede da entidade fica em Luque, ao lado de Assunção e há ótima relação com o governo paraguaio, que não imporia restrições. A CBF, que fez a ponte para os confrontos serem em Brasília, quer que a entidade sul-americana espere mais alguns dias.

O segundo jogo da final da Recopa, entre Palmeiras e Defensa Y Justicia (ARG), e o confronto decisivo entre Santos e San Lorenzo (ARG), pela terceira fase preliminar da Libertadores, foram marcados para o estádio Mané Garrincha nos dias 14 e 13 de abril, respectivamente. Isso ocorreu porque o governo paulista mantém pelo menos até 11 de abril sua fase emergencial, que impede partidas de futebol, e não há perspectiva de relaxamento.

A Conmebol precisa de pelo menos 15 dias para preparar a estrutura principalmente da Recopa, jogo que tem o estádio envelopado com os patrocinadores da entidade. É preciso definir também a logística de funcionários e prestadores de serviço, como os responsáveis pela geração de imagens da transmissão que é repassada aos detentores de direito.

O protocolo para covid-19 da Conmebol prevê que se um clube não puder jogar em seu estádio ele pode, primeiro, apontar uma sede nova dentro de seu próprio país. Foi o que a Conmebol fez com Palmeiras e Santos, com participação da CBF, que de fato indicou o estádio Mané Garrincha para sede. A Supercopa, jogo que reúne o campeão brasileiro (Flamengo) e o vencedor da Copa do Brasil (Palmeiras) está marcado para 11 de abril em Brasília, mas agora também está sob risco pela decisão judicial.

Se for complicado jogar dentro do próprio país, por proibições locais como ocorre agora em São Paulo e outros estados ou limitação de acesso de estrangeiros, o que dificultaria a entrada dos times adversários, a Conmebol autoriza que o clube mande a partida em outro país. Já se antecipando a isso, a entidade indicou Assunção para receber esses jogos, com opção de três locais: Defensores Del Chaco e os estádios do Cerro Porteño e do Olimpia.

Para a Conmebol, marcar jogos ao lado de sua sede facilita a logística e pode agendá-los mais em cima da hora. A CBF quer que a Conmebol espere mais alguns dias, mas o blog apurou que há preocupação de que mesmo se a decisão judicial para Brasília seja anulada agora, que possa ter outra mais perto da data. Mesmo remarcar essas duas partidas para outros estados gera tensão pelo medo de interferência judicial ou mudança de posição governamental — o Rio Grande do Sul foi citado como opção, já que liberou jogos em horário noturno, pós toque de recolher.

Os embates de ida da Recopa para o Palmeiras e da terceira fase preliminar da Libertadores para o Santos estão confirmados para a Argentina na semana que vem, quarta (7) e terça (6) respectivamente.