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Marcel Rizzo

Conmebol autoriza clubes a mandarem jogos em outros países na Libertadores

Grêmio e Inter fizeram último jogo com torcida da Libertadores 2020 diante de 53 mil pessoas antes da paralisação pela pandemia - Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional
Grêmio e Inter fizeram último jogo com torcida da Libertadores 2020 diante de 53 mil pessoas antes da paralisação pela pandemia Imagem: Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional

Colunista do UOL

13/07/2020 04h00

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A direção da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) autorizou os clubes a mandarem jogos em outros países nas Copas Libertadores e Sul-Americana. A permissão está no protocolo de retorno às competições, paralisadas desde março por causa da pandemia no novo coronavírus, aprovado na sexta-feira (10) pelo Conselho da entidade.

Pelo calendário divulgado pela entidade, a Libertadores deve voltar a ser disputada no dia 15 de setembro e a Sul-Americana em 28 de outubro. Esta segunda depende da definição da fase de grupos da primeira para continuar — restam ainda quatro rodadas para a Libertadores chegar à fase mata-mata.

O protocolo da Conmebol prevê quatro cenários para o retorno dos jogos. O quarto, o mais pessimista, apresenta o reinício com algum país proibindo partidas de futebol. Se isso ocorrer, as equipes desta região estarão autorizadas a atuar em outro país, algo que normalmente é vetado pela Conmebol.

"Este cenário foi pensado para o caso de que, no momento de retorno dos jogos continentais, algum país por questões sanitárias proíba eventos esportivos. Desta maneira o clube desse país não poderá exercer seu mando onde normalmente faz devendo mudar para outro país ou cidade para exercer sua condição de mandante", diz trecho do protocolo para esse cenário.

O clube deve comunicar à Conmebol se isso ocorrer e sugerir uma nova cidade e estádio para mandar seus jogos, que cumpram os requisitos dos regulamentos das competições. A entidade, então, aprovará ou não.

A medida é uma precaução da confederação. Hoje, os dez países da América do Sul projetam estar aptos a jogar futebol em setembro, segundo liberação dos governos locais. Mas isso pode mudar, inclusive quando as competições já estiverem retomadas. Algum país pode retroceder no processo de abertura caso haja piora nos casos de contaminação e mortes por covid-19.

Com essa possibilidade de jogar em outro país prevista pela Conmebol a entidade tenta evitar uma nova paralisação para seus torneios, que poderia ser fatal para o término de ambas — previsto para janeiro de 2021. Prorrogá-las além de fevereiro do próximo ano complicaria todo o calendário da temporada que vem.

No caso do Brasil, a avaliação da Conmebol é que dificilmente um clube precisaria sair do Brasil para jogar. Com tamanho continental, cada estado define um protocolo de abertura durante a pandemia, então um time que, por exemplo, mande partidas em São Paulo poderia mudar de estado, jogando no Rio ou Minas, e não de país.

Já nações menores, como Chile e Peru que sofrem bastante com a covid-19, podem ter uma proibição mais ampla, que atinja todo o país. Nesse caso times chilenos e peruanos poderiam atuar em outros países, desde que, claro, as fronteiras estejam funcionando normalmente. Isso é algo que o protocolo da Conmebol não prevê e é impossível de manejar.

O cenário mais otimista previsto pela Conmebol é o de ter torcedores nos estádios, sem limitações de capacidade. Este dificilmente se concretizará até o fim do ano, mas pode variar de país para país. O segundo cenário prevê limitações de pessoas, mas com liberação de parte da capacidade de espectadores das arenas, algo também improvável.

O terceiro cenário é o mais provável de ocorrer em setembro, quando a Libertadores voltar: jogos sem público e com número de pessoas limitadas nos estádios, inclusive na operação da partida. É assim que o torneio deve retornar.

Como o blog mostrou, a Conmebol não prevê terminar suas competições em sedes fixas, como ocorrerá com os campeonatos continentais da Europa, da Ásia e da África. A avaliação é que como os torneios estão no início, cada um com 32 participantes, seria impossível logisticamente colocar em um só país.