O que tornou rival do Palmeiras modelo de gestão no interior paulista
Além da vaga entre os oito melhores do Campeonato Paulista de 2017, há outro feito que orgulha a administração do Novorizontino, rival do Palmeiras neste domingo pelas quartas de final (às 19h de Brasília): o clube foi recentemente um dos sete escolhidos pela FPF como modelo de gestão de São Paulo. Os demais foram Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull, XV de Piracicaba e São Caetano.
Em um futebol em que os resultados esportivos cada vez mais estão ligados às administrações, o Novorizontino conquistou alguns objetivos em apenas seis temporadas desde que foi refundado. Saiu da quarta para a primeira divisão, se manteve em 2016 com o rebaixamento de seis clubes e, em 2017, atingiu o mata-mata e assegurou presença na Série D do Brasileirão em 2018.
Abaixo, veja alguns dos itens que explicam a premiação entregue pela Federação Paulista em fevereiro à gestão do Novorizontino:
DIVISÕES DE BASE
O clube aposta na revelação de atletas como um de seus pilares e está entre os 12 paulistas com selo de clube formador. Os atletas recebem acompanhamentos médico, odontológico, psicológico e, inclusive, escolar.
Recentemente, pela primeira vez na história, as equipes sub-15 e sub-17 alcançaram o mata-mata do Paulista. Já o sub-20 disputou a Copa São Paulo e conseguiu avançar até a terceira fase. Destaque pelo campeão Corinthians, o centroavante Carlinhos foi formado também no Novorizontino, em que esteve até os 17 anos.
Diante do Santos, na última rodada do Paulistão, o Novorizontino estreou o prata da casa Rodrigo, de 16 anos e atacante formado nas divisões de base do clube.
RELAÇÃO COM A COMUNIDADE
O principal ponto diz respeito às ações sociais, como entrega de ovos de páscoa em instituições carentes, visitas às escolas da região e participação em campanhas como Outubro Rosa, Novembro Azul e conscientização sobre o uso de água.
BOM PÚBLICO
Com média de 3800 mil torcedores por jogo (cerca de 10% da população local), o Novorizontino é terceiro colocado se excluídos os quatro grandes do Estado. O índice do segundo lugar Red Bull, porém, foi inflado com confronto com o Santos no Pacaembu. Para promover as partidas por Novo Horizonte, o clube usa desde carros de som, sorteios de prêmios a ações como o Desafio do Tigrão. Neste domingo, diante do Palmeiras, mais de 10 mil ingressos foram vendidos.
INVESTIMENTO TÉCNICO
O clube arca com despesas de treinadores e fisioterapeutas para realização de curso na CBF e também investe em orientação disciplinar aos atletas para reduzir casos de indisciplinas. No Paulista, tem dado certo, com um dos cinco índices mais baixos de cartões amarelos. A comissão técnica é numerosa, com dois analistas de desempenho e três fisioterapeutas. A infraestrutura de estádio e centro de treinamento também é elogiada.
Já nas divisões de base, os atletas recebem palestras sobre os mais variados temas como a própria questão da arbitragem, mas desde doenças sexualmente transmissíveis até conscientização contra drogas e relações com a imprensa.
SALÁRIOS EM DIA
Um dos aspectos levados em conta pela Federação Paulista diz respeito aos salários em dia, o que é uma realidade do Novorizontino. Não deveria ser virtude, mas passa a ser diante da incidência do problema em inúmeras equipes brasileiras, inclusive do interior paulista. A folha mensal é de R$ 450 mil aproximadamente e tem parte do custeio por parte da família Biasi (empresários locais).
DIREÇÃO ESTÁVEL E IDENTIFICADA
Diretor executivo do clube, Marcelo Barbarotti chegou em 2015 e participou da campanha de acesso à Série A-1 e segue desde então. Já Luiz Carlos Goiano, ex-volante, está desde o início do novo projeto, assim como o também ex-volante Genílson Rocha Santos, presidente nesses seis anos. Outros ex-jogadores como Alessandro Cambalhota (como atleta) e Guilherme (como treinador em 2016) participaram do ressurgimento da equipe.
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