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Turbulência e resultados irregulares: os 10 primeiros jogos de Bauza no SP

Do UOL, em São Paulo

28/02/2016 06h00

A derrota para a Ponte Preta neste sábado (27) marcou a décima partida do argentino Edgardo Bauza no comando do São Paulo. Escolhido como primeiro técnico da era pós-Rogério Ceni, o treinador não tem tido vida fácil no clube, que vive uma fase turbulenta fora de campo e tem vacilado nos principais compromissos que teve dentro das quatro linhas em 2016.

Nesta temporada, o clube realizou seis jogos do Campeonato Paulista, três da Copa Libertadores e mais um amistoso. Deste total, a equipe tricolor encarou dois adversários da primeira divisão brasileira: Corinthians e Ponte Preta. Justamente contra a dupla alvinegra, o São Paulo saiu derrotado.

O outro terceiro e último revés até essa altura foi contra o Strongest, no primeiro jogo da fase de grupos da Copa Libertadores. Os resultados ruins nas partidas mais difíceis pesam contra o treinador, que tem até agora um saldo positivo no comando do clube. Dos demais confrontos realizados, o São Paulo levou a melhor em quatro e empatou os outros dois.

Nos olhos da torcida e até de parte da diretoria, superar Água Santa, Rio Claro, Grêmio Novorizontino e o frágil Cesar Vallejo, rival na pré-Libertadores, não têm o mesmo peso das três derrotas no ano.

Destes três jogos, no entanto, é possível fazer uma avaliação positiva da postura da equipe. Contra Strongest e Ponte Preta, o São Paulo foi o melhor time em campo, porém falhou naquilo que é a maior deficiência da equipe até agora: a finalização.

O meio-campo tricolor tem sido o regularmente melhor que o do adversário, mas o time peca na hora de definir. Bauza faz o São Paulo jogar, trocar bem passes e controlar os rivais, mas a ineficiência do ataque – 11 gols em 10 jogos – tem sido letal e incomodado ao técnico.

“Gostaria que os resultados fossem diferentes. Sigo insistindo que a equipe tem uma identidade, a põe em prática, mas creio que em linhas gerais tem faltado efetividade. Temos controlado os jogos, como hoje. Está custando muito fazer os gols. Este tem sido um dos problemas maiores”, disse Bauza após a derrota para a Ponte Preta.

Polêmicas extracampo

A falta de pagamento de premiações e direitos de imagem aos jogadores e pressão das arquibancadas por resultados criaram uma crise no São Paulo após a derrota para o Strongest na Copa Libertadores. Liderado por Michel Bastos, um grupo dentro do elenco fez um pacto de silêncio e não falou com a imprensa na sequência da partida, porém atletas como Lugano, Calleri e Alan Kardec não aderiram ao movimento, criando um desentendimento nos bastidores do clube, turbulentos também na esfera política.

Rodrigo Gaspar, assessor da presidência, deu declarações inflamatórias nas redes sociais que não repercutiram bem entre os jogadores, mas foi bancado pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol, admitiu os atrasos nos pagamentos, deu razão aos atletas e amenizou os ânimos exaltados, sossegando provisoriamente a crise.