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Clássico Palmeiras e Santos traz técnicos em crise. Mas pressão é distinta

Marcelo Oliveira e Dorival Júnior vivem crises distintas nos seus clubes - Cesar Greco/Agência Palmeiras e Ricardo Saibun/Santos
Marcelo Oliveira e Dorival Júnior vivem crises distintas nos seus clubes Imagem: Cesar Greco/Agência Palmeiras e Ricardo Saibun/Santos

Diego Salgado e Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/02/2016 06h00

O clássico entre Palmeiras e Santos neste sábado, às 17h (de Brasília), no Allianz Parque, válido pela quinta rodada do Campeonato Paulista, expõe o momento de crise vivido pelos técnicos Marcelo Oliveira e Dorival Júnior em seus respectivos clubes.

No entanto, a situação deles é distinta. Marcelo Oliveira corre risco de demissão, fato que ainda não é cogitado na Vila Belmiro em relação a Dorival. No caso do santista, a pressão gira em torno do planejamento da diretoria alvinegra, que não consulta o treinador para contratar reforços.

Dorival ficou irritado com o fato de a cúpula alvinegra apenas comunicá-lo um dia antes da chegada dos dois últimos reforços contratados pelo Santos - Luis Felipe, zagueiro do Paraná, e Maxi Rolón, do Barcelona, da Espanha. Por conta disso, treinador e diretoria não falam a mesma língua no clube.

"O treinador deveria ter sido consultado. Não tenha dúvida disso. A minha função aqui é trabalhar a equipe. Eu quero trabalhar com jogadores que eu indique, sim. Porque eu vou me responsabilizar por esses jogadores. Isso sim para mim seria importante. O caminho correto é esse (de consultar o técnico). Agora, tomaram outra posição. Eles (diretoria) tomaram uma posição que acharam necessária, que acharam conveniente", afirmou Dorival.

A paciência de Dorival com os dirigentes do futebol brasileiro diminui a cada dia. O técnico santista, inclusive, criticou os rumores sobre uma possível demissão de Marcelo Oliveira em caso de derrota no clássico.

"Eu acho muito engraçado quando você rotula uma situação e no futebol nós somos especialistas nisso. Nós estamos com 40 dias de treinamento, o Palmeiras acabou de sair da conquista de um campeonato e os trabalhos estão sendo contestados. É muito difícil você conviver com situações como essas, só o futebol brasileiro te proporciona isso de fato. É incrível. não tem como explicar uma situação como esta. volto a dizer, é só nosso país. Todo mundo fala em mudanças no futebol, mas as pessoas não começam a mudar nem a si próprias", disparou Dorival.

Marcelo Oliveira viu a pressão aumentar depois de o Palmeiras acumular quatro jogos sem vitória, incluindo dois confrontos em casa com equipes pequenas. No último dia 4, o time alviverde evitou uma derrota para o São Bento ao marcar um gol no último minuto.

Depois de um empate sem gols com o Oeste, o Palmeiras ainda perdeu de virada para o Linense no Allianz Parque. Em seguida, a equipe foi ao Uruguai e somou um ponto diante do River Plate-URU na estreia da Libertadores.

O técnico, nesta sexta-feira, descartou que esteja pressionado, mas ressaltou a importância de vencer o Santos. Segundo ele, a situação dos treinadores no futebol brasileiro muda com facilidade.

"Técnico pode mudar a qualquer momento no Brasil. Os resultados são importantes, a produção também. Só que a gente trabalha muito, intensamente. Assim é que a gente toca. Não dá para ficar preocupado com o que falam, senão você não trabalha", disse Marcelo Oliveira, que conquistou a vaga na Libertadores há exatos 79 dias.

O Palmeiras ainda pode terminar a quinta rodada do Paulistão fora da zona de classificação. O clube soma os mesmos cinco pontos de São Bernardo e Ituano, que enfrentam Linense e Botafogo, respectivamente.

"Desde a primeira partida, queremos liderar. Essa partida tem dois pontos importantes: distanciar-se dos concorrentes e a questão do fortalecimento. Nada melhor do que um clássico, apesar de todas as adversidades", afirmou o técnico.