Champions põe o Brasil no topo e patrocinador "sonha" com final em SP
A Liga dos Campeões está mais próxima do Brasil do que parece. Por estratégia de marketing, a Uefa e seus parceiros comerciais têm elevado o país ao nível de maior consumidor da competição e acreditam que esse mercado ainda tem muito potencial para ser explorado. A empolgação é tanta que o vice-presidente do Santander, Juan Manuel Cendoya, diz que sonha com uma final disputada em São Paulo.
O Santander, além da Liga, já patrocina a Copa Libertadores da América há 11 anos, tem nos brasileiros uma grande base de clientes e ainda buscou em Ronaldo o garoto-propaganda para as campanhas globais de futebol. Assim, quanto mais a Champions se aproximar do Brasil, melhor para o banco. O sonho ficaria ainda mais completo para a empresa, que patrocina também o Campeonato Espanhol, se a final utópica na capital paulista fosse entre Real Madrid e Barcelona.
"Seria ótimo ver os dois na final. E quem sabe jogando no Brasil (risos). Eu não estou brincando, é minha vontade. Mas isso que decide é a Uefa, há uma dificuldade de fazer isso. Falei mais pelo nosso DNA. Tudo o que possa unir os continentes será bom para a estabilidade mundial e, claro, para o banco. Quanto mais unidos, melhor. Seria a combinação perfeita", afirmou Cendova.
Diretor de marketing da Uefa, Guy-Laurent Epstein reconhece a importância do mercado brasileiro para a Liga dos Campeões. Segundo dados da entidade, o Brasil é maioria na audiência das partidas da competição europeia. Mas o dirigente mantém os pés no chão diante do sonho do Santander e não vê a possibilidade de levar a final da Champions para outro continente a curto prazo.
"É um novo ciclo da competição, com um novo formato. É o melhor torneio do mundo e trabalhamos todo dia para reforçar e divulgar isso, principalmente nas plataformas digitais, que ampliaram nosso horizonte. Temos um ótimo acordo com o Facebook na América Latina e principalmente no Brasil para nos ajudar a divulgar o torneio. Na era digital estamos pensando em nosso Netflix. Os fãs de futebol precisam ver mais do melhor futebol do mundo", abriu o dirigente, antes de completar, relativizando o sonho da empresa.
"Quando você pensa em futebol você pensa em Brasil e Champions. Sempre os mais fortes. O horário não ajuda muito, mas a entrada no mundo digital nos ajudar nisso, assim como as atividades do Santander na América Latina. Nós não temos planos de sair da Europa. Temos nossas raízes e queremos valorizar. Não é algo que pensamos agora."
As citações ao Brasil aconteceram de forma espontânea diversas vezes durante evento de lançamento da parceria entre Uefa e Santander. A escolha do banco com o novo parceiro financeiro, embora admitam que tenha "valores enormes" envolvidos, também passa pela proximidade com o público brasileiro. A expertise que for adquirida no contato com a Uefa pode, inclusive, servir de apoio à Conmebol no contrato pela Libertadores. A ideia é explorar esse mercado, seguido de perto por México e Argentina, pela forma como o futebol é tratado como uma paixão quase obsessiva.
"O futebol é muito importante para os latinos. No Brasil, principalmente. Estamos muito felizes com a Libertadores, os países abraçam a competição, que agora está na fase final. O futebol lá conecta muito as pessoas. E queremos isso também. Queremos ajudar as pessoas a prospectar novos negócios. Ate modernizamos nosso logo agora que estamos aliados com a Champions. Queremos mais do que um acordo comercial. Admiramos investir em um futebol melhor e mais moderno, pensando nos atletas e nas pessoas. Estamos trabalhando por esse acordo há anos. Éramos muito felizes com Ferrari e Fórmula 1, foram dez anos elevando nossa marca. Agora buscamos um novo patamar e vamos com a Champions. Era tudo o que queríamos. Estamos lidando com outro esporte, com outro público, algo muito bom para qualquer marca", relatou o vice-presidente do Santander, que escolheu o brasileiro Ronaldo como representante da parceria.
"Ele é um exemplo. Analisamos muito para colocá-lo nessa. Estamos muito felizes e sabemos que ele fortalecerá nossa marca no Brasil é ate na Argentina (risos). Todo mundo ama Ronaldo. Ele foi nossa primeira opção é estamos felizes demais com ele."
Além de Ronaldo, escolhido pelo Santander por "chegar perto de Pelé" e "ter carisma suficiente para agradar os argentinos", outro ícone brasileiro que tem sido usado para atrair o público do país é Kaká. A Uefa o nomeou para conduzir o sorteio dos grupos da Liga dos Campeões nesta quinta-feira, em Mônaco.
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