Como a briga para ser titular ajudou Belletti na final contra o Arsenal
A noite do dia 17 de maio de 2006 ia ser histórica. De um lado, a sólida equipe do Arsenal, que chegava pela primeira vez a uma final de Liga dos Campeões da Europa. Do outro, o encantador Barcelona, que começava a conquistar o mundo com seu futebol envolvente.
A partida iria marcar o choque de estilos: enquanto o Arsenal possuía a melhor defesa da competição, com apenas dois gols sofridos em 12 jogos, o Barcelona era o melhor ataque do torneio, com 22 gols marcados na mesma quantidade de jogos.
Pelo lado do Arsenal, lutavam pelo título continental astros como o goleiro Lehmann, o volante brasileiro Gilberto Silva, os meias Fàbregas e Ljunberg e o atacante francês Robert Pires. Já o Barcelona contava com o zagueiro Carles Puyol, o meio-campista Deco e os atacantes Giuly e Samuel Eto´o.
Como cerejas do bolo havia a disputa pessoal entre dois atletas que brigaram pelo posto de melhor jogador do mundo na temporada 2004: Thierry Henry, que ficou na segunda colocação, e Ronaldinho Gaúcho, que encantava o mundo com suas jogadas plásticas que o levaram ao posto de melhor do mundo.
Porém, quis o destino que todas essas disputam fossem relegadas perante uma menor, mas que durou quase um ano e criou um dos maiores personagens da história do Barcelona: a briga pela titularidade na lateral direita.
Estar no banco de reservas permitiu a Belletti mudar a história da final
Contratado para o posto no início da temporada 2004/2005, o brasileiro Belletti brigava, jogo a jogo, com o espanhol Oleguer para ver quem ficaria à frente na preferência do técnico Rijkaard para integrar a equipe titular. Apesar de ter sido relegado ao banco de reservas, o destino reservou a glória máxima ao brasileiro.
O placar marcava 1 a 0 para o Arsenal, após Sol Campbell marcar de cabeça em um lindo cruzamento de Henry, quando Rijkaard efetuou a troca que já havia se tornado constante nas partidas do Barcelona. Sob forte temporal, coube a Belletti a tarefa de abrir espaços na equipe londrina, que atuava com um a menos desde o primeiro tempo por conta da expulsão de Lehmann.
A tarefa, no entanto, não seria das mais fáceis. Chovia forte, o Arsenal estava retrancado e mais de 79 mil espectadores pressionavam, tanto cobrando por um gol de empate quanto cobrando por atenção dos londrinos. Faltavam 19 minutos para o fim da partida, mas o gol de empate marcado por Eto´o cinco minutos após sua entrada deu ânimo extra para Belletti.
Então, uma brecha no sistema defensivo do Arsenal, exausto após correr quase toda partida para suprir o homem a menos, proporcionou ao lateral aproveitar a chance de entrar para a história. Após tabelar com Larsson, o atleta recebeu a bola dentro da área. Sem opções para cruzar e quase saindo pela linha de fundo, a única alternativa encontrada em um instante de rápido raciocínio foi chutar contra a meta de Almunia.
E, como na frase consagrada pelo poeta romano Virgílio, ficou constatado que a sorte acompanha os audazes: o lateral conseguiu superar o goleiro espanhol e marcou seu único gol em 42 jogos na temporada, entrando para a história do Barcelona e do futebol mundial como autor do tento que decretou a conquista da segunda Liga dos Campeões do Barcelona.
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