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Boca pressiona após ter ônibus atacado, e final é adiada para domingo

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/11/2018 20h26

Assim como ocorreu no duelo de ida, o jogo de volta da Copa Libertadores da América 2018 foi adiado. Marcado para este sábado (24), o confronto entre River Plate e Boca Juniors chegou a ter o seu início alterado em duas horas por conta de um ataque ao ônibus do Boca, mas foi transferido oficialmente para o domingo (25) - às 18h (de Brasília).

"Os dois clubes não queriam jogar, então houve um pacto de cavalheiros", explicou o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, em entrevista após a reunião que selou a decisão.

O mandatário ainda explicou as seguidas reuniões e um primeiro documento médico que sugeria que o elenco do Boca estava bem. "Foram feitas avaliações a cada 35 minutos. Primeiramente, achávamos que tinha condições. Mas o tempo passou, avaliamos e vimos que não dava. Observamos o Pérez [capitão do Boca ferido no olho] e percebemos que não dava", completou Domínguez.

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O adiamento ocorreu após a intensa confusão na chegada do Boca Juniors ao estádio Monumental. A delegação "xeneize" foi atacada com copos, garrafas, paus e pedras lançadas pelos fãs do River. O ataque quebrou vidros e feriu atletas. Diante da confusão, a polícia utilizou gás de pimentas para conter os vândalos. O gás atingiu ao menos cinco atletas do Boca.

Perez - Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram - Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram
Pablo Pérez com curativo no olho
Imagem: Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram
Os atacantes Ábila, Beneddeto e Tevez passaram mal nos vestiários do estádio por causa dos efeitos do gás de pimenta, segundo o repórter Fernando Caetano, do Fox Sports, o que geriu o pedido de adiamento da partida. Tevez, inclusive, chegou ao Monumental com o rosto coberto pela camisa, enquanto o capitão Pérez foi feriado por estilhaços de vidro e precisou ser levado a um hospital, como mostra o tuíte abaixo da rádio La Red, que teve acesso às imagens do vestiário.

Com o capitão ferido e seus jogadores "muito mal", como disse o diretor de futebol Jorge Anró, o Boca pressionou para que a partida não fosse realizada.

Imagens que seriam do interior do ônibus onde viajavam os jogadores do Boca Juniors foram divulgadas neste tuíte.

Membros das Conmebol e dirigentes das equipes se reuniram ao menos três vezes nos vestiários para definir o caso. Depois de seguidas reuniões e dois atrasos que mantinham o jogo para este sábado, a partida foi transferida para o domingo (25).

"Nos atiraram de tudo", disse Cali Izquierdoz, do Boca Juniors, ao Olé. O ex-dirigente do clube Juan Carlos Crespi afirmou: "Nos jogaram gás de pimenta, pedras, tudo". Autor de um dos gols na primeira partida, Benedetto disse: "Jogaram gás de pimenta”.

Às 17h42 (de Brasília), a Conmebol informou o adiamento em uma hora após avaliar o caso e visitar os jogadores feridos no vestiário do Boca Juniors. Às 18h46, novo comunicado após outra reunião, desta vez confirmando mais 1h15 de adiamento, com a partida se iniciando às 20h15 (de Brasília). Pouco depois das 20h20, o presidente Alejandro Domínguez confirmou o adiamento de maneira definitiva.

A torcida do River começou a deixar o Monumental, mas uma confusão nos arredores do estádio com a polícia resultou em correria, e muitos voltaram para as arquibancadas. No Twitter, o clube pediu que os torcedores guardem os ingressos, que serão reutilizados na partida de domingo.

Esta é a segunda vez que a final entre os rivais argentinos sofre alterações. O duelo de ida, que seria realizado no sábado (9 de novembro), precisou ser remarcado para domingo (10) pela forte chuva que atingiu Buenos Aires, o que prejudicou o gramado de La Bombonera. Os dois jogos têm torcida única, apenas do time mandante.

Para chegar ao estádio neste sábado, os torcedores deviam passar por várias barreiras de seguranças, que conferiam os ingressos e verificavam os dados. A entrada dos torcedores teve correria e confusão. Alguns foram detidos ao tentar 'furar' a barreira e ingressar no estádio.

Boca foi eliminado por confusão em 2015

A Conmebol excluiu o Boca Juniors da Libertadores de 2015 por conta dos incidentes ocorridos no intervalo do Superclássico argentino disputado em La Bombonera pelas oitavas de final. A partida estava empatada por 0 a 0 no momento da confusão.

No intervalo do jogo, o elenco do River Plate foi atingido por um gás tóxico que causou queimaduras de primeiro grau em quatro atletas e deixou Driussi com uma encefalite (inflamação no cérebro).

Para punir o Boca Juniors, a Conmebol aplicou o regulamento disciplinar da entidade. O time xeneize chegou a entrar com recurso na entidade, mas foi negado.  Além da eliminação, o Boca foi punido com quatro partidas com portões fechados, quatro sem torcida como visitante e multa de US$ 200 mil.