Palmeiras de Eduardo Baptista completa três meses sem identidade definida
A atuação ruim na Bolívia e a derrota por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann evidenciaram a falta de identidade do Palmeiras da Era Eduardo Baptista. Se no ano passado, com Cuca, o torcedor sabia exatamente qual era o estilo adotado - especialmente no Allianz Parque -, em 2017 o atual campeão brasileiro demora a se encontrar. Sob um novo comando, o time vive em constante mudança e mostra resultados e desempenhos inconstantes.
Durante estes primeiros três meses de temporada, Eduardo Baptista aos poucos tem afastado o Palmeiras daquele time de 2016. A equipe com a 'cara do treinador', no entanto, ainda não existe, e o próprio comandante recentemente alterou alguns planos de trabalho. Nas últimas semanas, contra Ponte Preta, Peñarol e Jorge Wilstermann, promoveu mudanças e testou novas alternativas.
Além de não encontrar a formação tática ideal, Eduardo Baptista tem apelado para a versatilidade de alguns atletas do elenco. Os dois grandes reforços [Guerra e Borja] alternam momentos bons e ruins. Embora esteja quase classificado na Libertadores, o Palmeiras gera apreensão em campo pelo sofrimento para conquistar vitórias no torneio continental e pela queda precoce no Paulista. O acúmulo de problemas, detalhado abaixo, faz do Palmeiras 2017 um time ainda sem uma cara definida.
Formação tática
Eduardo começou o ano trabalhando no 4-1-4-1. A ideia era ter Felipe Melo à frente da zaga, com uma linha de quatro à frente, liberdade para os pontas irem à frente e, ao mesmo tempo, obrigação de voltar na marcação, especialmente dos laterais. Depois disso, ele resolveu recuar Tchê Tchê e mudou o time para o 4-2-3-1. A troca fez o meio-campista cair de rendimento. Ainda contra o Penãrol, ele tentou o esquema de três zagueiros, desfeito após 45 minutos.
Bolas aéreas
O que era sinônimo de gols para o Palmeiras de 2016 virou pesadelo neste ano. Na Libertadores, sete dos oito gols sofridos tiveram a bola aérea como origem. O técnico já tentou mudanças de peças e trocas na formação tática, mas ainda não obteve sucesso.
Coringas
Eduardo Baptista promoveu algumas trocas de jogadores que dão trabalho a quem quer decorar os 11 titulares. Michel Bastos é um dos melhores exemplos disso: ele já atuou na lateral esquerda, como ponta esquerda e direita e até mesmo por dentro do meio-campo.
Tchê Tchê já fez parte da linha de quatro meio-campistas, atuou como primeiro volante e esteve ao lado de Felipe Melo como segundo homem de contenção. Willian Bigode jogou pelas pontas, na linha de três quando o esquema tinha o 4-2-3-1, e como a referência no 4-1-4-1. Felipe Melo, por sua vez, atuou a maior parte dos jogos como primeiro volante, mas também foi zagueiro.
Antes de virar banco, Zé Roberto já havia atuado como lateral esquerdo e também como meio-campista. Sua queda física o afastou do time. Jean também já foi testado na lateral direita e como volante.
Abre ou fecha?
O treinador iniciou a pré-temporada sem qualquer pudor de expor como escalaria este Palmeiras. Os trabalhos táticos abertos eram comuns, e logo nas primeiras semanas o 4-1-4-1 foi exibido como a nova formação tática para o time campeão brasileiro em 2016.
Bastou o início de competição e o aumento da pressão para esta exposição ser interrompida; entre folgas e treinos fechados no mês de abril, a imprensa ficou dez dias sem testemunhar o trabalho do comandante. Todos os treinos com três zagueiros, por exemplo, novidade apresentada contra o Peñarol no Uruguai, ocorreram sem o olhar da imprensa.
Embalar as estrelas
Destaques da Copa Libertadores do ano passado pelo Atlético Nacional, Miguel Borja e Alejandro Guerra desembarcaram no Brasil sob grande expectativa. Depois de praticamente três meses de temporada, no entanto, nenhum deles embalou de fato com a camisa do Palmeiras - ao ponto de Alexandre Mattos, em relação a Borja, pedir paciência.
Os dois campeões do torneio no ano passado alternaram bons e maus momentos desde a chegada ao clube. Borja começou bem com dois gols em dois jogos, mas já acumula cinco de jejum e perdeu a condição de titular.
Guerra, dono de uma função importante de criação no meio-campo, ainda se mostra irregular. Se ele vai bem, o Palmeiras cresce - como contra São Paulo e Novorizontino. Caso contrário, como no clássico contra o Corinthians, a equipe sofre. Cabe a Eduardo encontrar o melhor modo de escalar a dupla.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.