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Felipão tem 1º baque no Palmeiras e testa casca contra "Turma do Amendoim"

Danilo Lavieri e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

27/09/2018 04h00

Desde o seu retorno ao Palmeiras, Felipão deu pouco ou nenhum espaço para que as cornetas tocassem nas alamedas do Palestra Itália. Com uma arrancada no Brasileirão e a classificação para a semifinal encaminhada na Libertadores, o treinador, agora, tem tudo para voltar a enfrentar as críticas do setor que ele mesmo apelidou de "Turma do Amendoim".

Com um desempenho ruim no empate por 1 a 1 diante do Cruzeiro e a consequente eliminação na Copa do Brasil, o treinador já começa a enfrentar as críticas por algumas escolhas na equipe, como a insistência por Jean, a opção por Guerra como salvação na partida de quarta-feira (26) e a dependência de bolas paradas: quase 50% dos gols da 3ª Era Scolari começam desta forma.

Na entrevista coletiva, o técnico mostrou poucos sinais de irritação e afirmou que precisa fazer algumas correções pontuais. Depois, disse que não precisaria cobrar "nada de diferente" do que tem cobrado até aqui e pediu que ninguém faça uma análise muito dura.

"Não vejo motivos para que a gente tenha um clima de terra arrasada, porque perdemos do Cruzeiro. Eles têm uma grande equipe, com boa qualidade", analisou o treinador. "Não tem motivos para cobrar nada diferente de hoje. Não criamos situações porque o Cruzeiro não deixa".

A "Turma do Amendoim" foi um termo cunhado pelo próprio comandante durante a sua primeira passagem. Irritado com as críticas constantes vindas do mesmo setor no antigo Palestra Itália, ele não pensava duas vezes em responder aos torcedores que estavam sempre atrás do seu banco de reservas.

A pressão vinda da torcida em eliminações virou uma marca constante do Palmeiras desde 2015, com a chegada da Crefisa, quando os títulos se tornaram uma obrigação por conta da alta expectativa gerada pelos investimentos. Até Cuca, campeão brasileiro em 2016, não resistiu à pressão e acabou demitido em 2017 por conseguir ser apenas segundo colocado.

No atual momento, a análise da diretoria é que o treinador faz um excelente trabalho. Embora não tenha apresentado grandes inovações táticas, o comandante conseguiu instaurar o clima de "família" na Academia de Futebol e fez o time reagir depois de uma sequência irregular. Além disso, há a percepção de que a equipe tem mais espírito competitivo.

Além da corneta das arquibancadas, Felipão sabe que o clube não vive um de seus momentos mais tranquilos politicamente. Cada vez mais perto da eleição presidencial, o Conselho vê a turbulência aumentar com a oposição procurando falhas na atual gestão para aumentar a chance de uma vitória. Genaro Marino, atual vice-presidente, deve ter o apoio do ex-presidente Mustafá Contursi para ser o único concorrente à reeleição de Maurício Galiotte.