Perseguido em título de 2006, ex-goleiro do Fla vê semelhança com Muralha
Alex Muralha é o nome da vez no Flamengo. Perseguido pela torcida - que deu um tempo nas vaias para apoiá-lo na decisão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro - o camisa 38 encara praticamente a mesma situação desfavorável de um goleiro que terminou campeão da competição pelo Rubro-negro, em 2006.
Na época, Diego Salgado Costa de Menezes sofria severas críticas da torcida. Era visto como de baixa estatura (1,86m) para a posição e acusado de falhar constantemente. Ele precisou superar um período nebuloso para vencer no Flamengo. Não foi fácil. Em entrevista ao UOL Esporte, o jogador admitiu a semelhança com o panorama vivido por Alex Muralha.“A cobrança forte que se criou é muito parecida. Qualquer bola na área as pessoas já dizem que é erro. Eu era cobrado por tudo desde 2005. Um precisa ser o escolhido. Foi comigo e está sendo com o Muralha, que não é um goleiro ruim. Muito longe disso”, afirmou.
“Me senti bastante injustiçado na época e acho que ele também pode estar passando por isso. O clube vivia uma instabilidade enorme e eu paguei a conta. Depois do título, o Flamengo contratou o Bruno. Me machuquei e perdi espaço. Ainda fiquei até o fim de 2009. Ele variou e o Diego Alves foi contratado. Passa muita coisa na cabeça do jogador, até porque a cobrança continua”, completou.
Para Diego, Muralha precisa fazer o simples, assim como ele realizou nos dois jogos finais contra o Vasco pela Copa do Brasil de 2006. É o momento de jogar com humildade e tentar dar a volta por cima.
“É preciso jogar com mais na segurança. Tem bolas que você até pode arriscar, mas é bom evitar. Sai de soco, coloca para escanteio sem tentar encaixar até ganhar confiança na partida. Entrar com insegurança é bem complicado. Só o Muralha pode mudar isso”, explicou.
Depois de passar por Flamengo, Ceará, Boavista, Avaí, Mirassol e Santo André, Diego ainda estuda o próximo passo na carreira. Aos 35 anos, ele quer atuar, embora já considere a possibilidade da aposentadoria, principalmente depois do que aconteceu no último clube.
“Tive uma fratura na tíbia e criou uma trombose. O Santo André não cumpriu nada comigo. Coloquei na Justiça por falta de pagamento. Quero encerrar a carreira jogando, mas no mundo de hoje não tolero mais amadorismo, atraso de salário, essas coisas. Se não arrumar outro clube, parar não é uma possibilidade descartada”, encerrou.
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