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Atlético-MG faz um gol em um mês, sofre queda e fica ameaçado no Brasileiro

Do UOL, em Belo Horizonte

30/10/2018 11h00

O ataque do Atlético-MG caiu de rendimento e deixou de ser o melhor do Campeonato Brasileiro. Com apenas um gol nos quatro últimos jogos, o setor ofensivo passa a conviver com críticas. A falta de gols deixa o time ameaçado no G-6 do torneio.

Em 12 partidas disputadas no segundo turno do Brasileirão, o Galo marcou 12 gols, média de um por jogo. O número do primeira metade do torneio é bem superior. Em 19 rodadas, o time então comandado por Thiago Larghi marcou 36 vezes - 1,89 tento por compromisso.

A situação é ainda pior quando o recorte é mais recente. Nos últimos quatro jogos, todos realizados em outubro, o Atlético fez apenas um gol. O time perdeu por 1-0 para a Chapecoense, empatou em 0-0 com o América-MG e foi derrotado por 1-0 pelo Fluminense e por 2-1 pelo Ceará. Hoje, embora tenha 48 gols e o segundo melhor ataque do Brasileiro (o Fla fez 49 gols), o time vive dificuldades para se reencontrar ofensivamente.

O desempenho ruim do ataque permitiu a aproximação de adversários e a consequente ameaça à vaga na Libertadores 2019. Tranquilo na sexta posição no início do mês, o Galo viu o Santos diminuir uma diferença de nove pontos em quatro rodadas e, agora, sofre com a chance de perder a vaga para o adversário.

A queda de rendimento, de acordo com o goleiro Victor, é explicada pelas mudanças ocorridas na última janela de transferências. Na ocasião, o time perdeu Bremer e Róger Guedes, negociados para o exterior. Gustavo Blanco sofreu uma lesão no joelho, foi operado e só retorna aos gramados em 2019. As ausências são apontadas pelo camisa 1.

"A gente vive um ano de inconstância no que diz respeito a manutenção de jogadores. Quando encontramos formação boa no fim do primeiro semestre, perdemos um jogador importante, perdemos o Róger Guedes, perdemos o Blanco, saíram atletas e entraram outros. A gente teve que remontar elenco", avaliou o goleiro em entrevista ao SporTV.

"Por mais que tenhamos passado dificuldades, conseguimos encontrar padrão de jogo. Os resultados negativos não condizem. A equipe apresentou um futebol de qualidade em quase todo o Brasileirão, demonstra a qualidade do time. Tivemos alguma qualidade", acrescentou.

Levir Culpi, por sua vez, ainda não tem uma justificativa para o mau momento do Atlético em 2018. Contratado há pouco mais de duas semanas, o treinador alega que não conhece o elenco. Nessa segunda-feira (29), ele disse não ter identificado a causa dos resultados negativos.

"São vários, mas a gente trabalha no futebol há 50 anos e nunca sabe exatamente o que é. Se soubesse qual é o problema, já iria direto em cima. São muitas coisas que acontecem em um clube de futebol. Você tem que ter muita tranquilidade para tomar a decisão certa. As coisas certas que faz na carreira dão tranquilidade para chegar a um grupo assim", comentou.

Apesar disso, o treinador demonstra confiança na classificação do Atlético para a próxima edição da Copa Libertadores.

"O tempo é curto, mas você tem um objetivo muito interessante, que é a classificação na Copa Libertadores. É bom para todo mundo, para a comissão técnica, para a diretoria, para a torcida. A bola não está entrando, estamos aquém do que podemos oferecer neste elenco. Ainda tem algumas coisas, são seis, sete jogos faltando. O Atlético pode conseguir uma virada e ir bem no final. Sou o cara que mais acredito no Atlético, porque as coisas que conseguimos aqui são demais. Estou me agarrando nisso", comentou.