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Mais enxuto e com Paulo André atuante, DIF segue influente no Atlético-PR

Paulo André: liderança em campo lentamente se transfere para a gestão do clube - Marco Oliveira/Site Oficial CAP
Paulo André: liderança em campo lentamente se transfere para a gestão do clube Imagem: Marco Oliveira/Site Oficial CAP

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

28/04/2018 11h00

Depois de algumas entrevistas coletivas do ex-técnico Fabiano Soares, ainda em 2017, o Departamento de Inteligência no Futebol do Atlético Paranaense – o DIF, como é mais conhecido – recebeu uma enxurrada de críticas pela influência no sistema de jogo do clube. Antes, com Eduardo Baptista (hoje técnico do Coritiba), houve uma ruptura com o departamento e a EXOS, empresa que cuidava da preparação física do Furacão. Ao final do ano passado, o Atlético rompeu a parceria com a EXOS e demitiu William Thomaz, então responsável pelo departamento, que saiu da mídia.

Mas o DIF, ao contrário do que possa se imaginar, continua ativo e atuante no clube, com mudanças sutis, entre elas a presença constante de Paulo André, zagueiro do clube que terminou a graduação e administração e se prepara para assumir em médio prazo um cargo gerencial no clube – ainda sem data definida.

Em reunião recente com o Conselho do clube, Mario Celso Petraglia comentou as mudanças. Houve redução no orçamento do DIF e algumas adequações, como o gerenciamento mais próximo dos treinadores do clube. O UOL Esporte procurou William Thomaz para ouvir o idealizador do departamento sobre a mecânica do DIF. Thomaz não quis dar entrevista, mas se disse feliz com o sucesso do atual time do Atlético, ressaltando que “o DIF não é nem 10% do que fiz no Atlético”.

Para quem seguiu no clube, o DIF segue sendo peça fundamental, agora com Fernando Diniz no comando geral do futebol – não apenas como técnico do time principal. As críticas ao DIF em 2017 são vistas como uma “muleta” para os insucessos do futebol. Os técnicos – em especial Diniz e Tiago Nunes, do time de Aspirantes – tem autonomia para pensar o jogo e então seguir os métodos do DIF, que “policia” o que o Atlético conceitualmente tem como ideia de futebol e formação de atletas.

O monitoramento de atletas segue sendo feito pelo DIF, mas os técnicos têm força nas indicações, casos das chegadas de Camacho e Felipe Alves, indicados por Diniz. O DIF ainda promove debates entre os treinadores sobre as ideias de jogo do Atlético, numa ideia que começou ainda com Paulo Autuori no comando do futebol atleticano. Diniz tem carta branca de Petraglia para implementar a filosofia de jogo, atuando com o DIF na prospecção de atletas e monitoramento de desempenho. A preparação física também segue um processo de gestão interna, após experiência com a EXOS, sob o comando de Bruno Zanardi.

Sem o destaque de 2017, o DIF segue atuando com discrição enquanto Fernando Diniz vê seu trabalho repercutir. Neste domingo, o time viaja até Salvador, para pegar o Bahia, às 16h, na Fonte Nova. No ano passado, o início das críticas ao modelo de gestão do futebol do Atlético começou em um jogo contra o mesmo adversário. Ao perder por 6 a 2 com um time misto, Autuori viajou para o Chile ainda como técnico, venceu a Universidade Católica por 3 a 2 e se classificou na Libertadores, repassando o cargo para Eduardo Baptista. Um quadro bem diferente da estabilidade atual colhida por Fernando Diniz.

FICHA TÉCNICA

BAHIA X ATLÉTICO-PR

Data: 29/04/2018 (Domingo), às 16h (Brasília)
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG/FIFA)
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo (MG/FIFA) e Sidmar dos Santos Meurer (MG/CBF)

BAHIA: Douglas; Nino Paraíba, Tiago (Douglas Grolli), Lucas Fonseca e Léo; Gregore, Elton, Régis (Élber), Vinícius e Zé Rafael; Edigar Junio.
Técnico: Guto Ferreira

ATLÉTICO-PR: Santos; Pavez, Paulo André (Zé Ivaldo) e Thiago Heleno; Jonathan (Bruno Guimarães), Matheus Rossetto, Lucho González e Carleto; Nikão, Guilherme e Pablo.
Técnico: Fernando Diniz