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Presidente do Atlético vai fechar mandato com seis treinadores em três anos

Presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, vai escolher o sexto técnico em três anos - Pedro Souza/Clube Atlético Mineiro
Presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, vai escolher o sexto técnico em três anos Imagem: Pedro Souza/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

26/09/2017 04h00

Um técnico a cada seis meses. Esse é o tempo médio de um treinador durante a gestão do presidente Daniel Nepomuceno, que em dezembro vai passar o cargo para quem for escolhido pelo Conselho Deliberativo do clube. Eleito há quase três anos, Nepomuceno já teve cinco treinadores e está perto de confirmar o sexto nome da lista. O clube aguarda apenas o acerto de alguns detalhes para que Oswaldo de Oliveira seja confirmado como o novo comandante do time alvinegro até o final da temporada.

Quando assumiu a presidência do clube, em dezembro de 2014, Daniel Nepomuceno recebeu de Alexandre Kalil, então presidente, um time campeão da Copa do Brasil e classificado para a Copa Libertadores do ano seguinte. No comando técnico estava Levir Culpi, que renovou o contrato até dezembro de 2015.

Embora seja de Levir o posto de treinador que mais durou na gestão de Daniel Nepomuceno, ele não ficou no cargo até o fim do contrato. Em novembro, exatamente um ano após a conquista da Copa do Brasil sobre o Cruzeiro, Levir Culpi deixava o Galo após ser comunicado que o vínculo não seria renovado para 2016, apesar do vice-campeonato brasileiro praticamente confirmado.

A partir de então, o Atlético passou a ter praticamente um treinador por semestre. Foi assim com Diego Aguirre, que chegou para a vaga de Levir Culpi e ficou somente até maio de 2016. A saída da Cidade do Galo aconteceu um dia depois após a queda para o São Paulo nas quartas de final da Copa Libertadores. Marcelo Oliveira foi o escolhido para comandar o time no restante da temporada.

Apesar do time classificado para a Libertadores de 2017, com a quarta colocação no Campeonato Brasileiro, Marcelo caiu durante a decisão da Copa do Brasil. Depois de levar 3 a 1, no Mineirão, o treinador foi demitido. E, assim como em 2015, o Atlético fechou a temporada com Diogo Giacomini como treinador interino.

Em 2017, foi a vez de Roger Machado. Campeão mineiro e classificado para as oitavas de final da Libertadores e quartas de final da Copa do Brasil, o treinador não resistiu ao começo ruim do time dentro de casa no Brasileirão. Após a quarta derrota como mandante em oito jogos, Roger perdeu o emprego. Em comum, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira e Roger Machado deixaram a Cidade do Galo reclamando da falta de respaldo.

Trabalho esse que era feito pelo diretor de futebol Eduardo Maluf, que se afastou do futebol atleticano no primeiro semestre de 2015 para se tratar de um câncer. O dirigente faleceu em junho deste ano, deixando vago mais do que o cargo, mas o papel que desempenhava entre diretoria e comissão técnica.

Rogério Micale foi uma aposta da diretoria. Com pouca experiência no futebol profissional, exceção feita ao ouro olímpico em 2016, o treinador chegou credenciado pela ligação com o clube, já que comandou o time sub-20 do Galo por cerca de sete anos. Eliminado das Copas do Brasil e Libertadores, além de ter um aproveitamento inferior ao de Roger Machado no Brasileiro, Micale foi mais um treinador demitido por Daniel Nepomuceno.

“Não vejo terra arrasada. Temos 13 partidas para conquistar 14 pontos. Quatro vitórias nos levam a 45 pontos suficientes. Isso que vem acontecendo é só na minha gestão? Vou torcer para o Atlético sair dessa situação”, indagou Micale, que deixou o clube desapontado com o pouco tempo que teve para trabalhar e implantar uma filosofia de jogo.

Atlético vinha de sete técnicos em seis anos

Possivelmente, Oswaldo de Oliveira será o último treinador do mandato de Daniel Nepomuceno. O presidente do Atlético confirmou que não vai tentar a reeleição, em dezembro. De qualquer forma, Daniel Nepomuceno vai chegar ao sexto técnico num período de três anos. Um aumento considerável nas trocas de treinadores se comparado com o antecessor.

Antes de Nepomuceno, o Atlético foi comando por Alexandre Kalil. Como o clube vivia momentos de tensão em 2008, a eleição que seria em dezembro foi antecipada para outubro. Kalil foi eleito e manteve Marcelo Oliveira no cargo até o término do Brasileirão. A partir de janeiro de 2009, nos seis anos de mandato, o atual prefeito de Belo Horizonte contratou sete treinadores. Um número muito baixo se comparado ao de Daniel Nepomuceno.

Os técnicos durante a gestão de Alexandre Kalil foram Emerson Leão (2009), Celso Roth (2009), Vanderlei Luxemburgo (2010), Dorival Júnior (2010/2011), Cuca (2011/2013), Paulo Autuori (2014) e Levir Culpi (2014). Nunca mais de três treinadores por temporada, como não acontecia desde 2008, o último ano da administração de Ziza Valadares.