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Palmeiras faz trabalho especial e une departamentos por "zelo" a Guerra

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Alejandro Guerra recebe um tratamento especial para apresentar alto rendimento

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

23/06/2017 04h00

Alejandro Guerra assumiu um papel importante dentro do Palmeiras. Em evolução desde o fim da passagem de Eduardo Baptista, o venezuelano tornou-se um dos protagonistas do time sob o comando de Cuca. Para crescer de rendimento, o meia de 31 anos passa por um trabalho especial no dia a dia, que abrange os departamentos médico, físico e de fisiologia. Hoje, a preparação do camisa 18 é minuciosamente controlada.

Guerra sofreu com problemas físicos nas últimas temporadas, quando defendeu o Atlético Nacional-COL. Foram 33 partidas em 2015 e 34 no ano passado; somente em 2017, o Palmeiras já alcançou os 35 jogos. O 36º será neste domingo, às 16h (Brasília), contra a Ponte Preta, e Guerra pode embalar a quinta atuação seguida com a camisa alviverde, em apenas 14 dias.

"A gente está próximo de passar este número de jogos. É um trabalho interdisciplinar, com parte médica e de fisiologia. A gente respeita a individualidade do atleta e justamente por isso tem um zelo diferenciado com ele. Cada um tem tratamento", declarou o Dr. Gustavo Magliocca, médico do Palmeiras, em conversa exclusiva com a reportagem do UOL Esporte.

A função de meio-campista mais ofensivo torna Guerra um alvo dentro das quatro linhas e exige mais cuidados por parte do médico."Ele [Guerra] se expõe muito, tem muito trauma e em cima disso a gente protege o máximo que consegue", explicou.
Esta cautela com Guerra surgiu após os primeiros exames do camisa 18 na Academia de Futebol - estes que também apresentam o histórico muscular do jogador aos fisiologistas do clube. "Pessoal da fisiologia entendia que a resposta dele era essa [ter cautela]", relembrou o médico do Palmeiras.
Guerra Palmeiras treinamento - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Até a suplementação de Guerra é individualizada no Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

A diferenciação no trabalho de Guerra ultrapassa apenas as atividades físicas e de academia. A alimentação e suplementação do venezuelano também são individualizadas. O departamento médico regra até o uso de medicamentos com o camisa 18, quando as dores incomodam antes dos treinamentos.

"Às vezes ele não treina para não dar medicação. Vou respeitar o normal do organismo. Se eu não entender o tempo de cada um, prejudico o atleta. (...) É uma ação individual, buscamos isso com todo atleta. Guerra, Moisés, Dudu...cada um come uma coisa diferente", contou Magliocca.

No planejamento do Palmeiras, Guerra será trabalhado de maneira ponderada para crescer ainda mais fisicamente no segundo semestre. Se nos últimos anos o venezuelano ultrapassou por pouco a marca de 30 partidas, em 2017, pelo Palmeiras, o meia soma 22 exibições, número alto para apenas meia temporada.

"Em um semestre, ele [Guerra] vai bater as metas do ano passado dele", aposta o chefe do departamento médico do Palmeiras, sem querer, no entanto, projetar um número ideal para todo o ano de 2017.

"Estaria errado de falar em um número como meta para 2017. A gente coloca o atleta dentro do calendário na melhor forma possível. Em 80 partidas, o médico não vai achar. Não há uma meta, é cumprir o calendário entendendo a individualidade de cada atleta. Humanamente é impossível um atleta cumprir todas as partidas", encerrou o médico.

Depois de realizar um trabalho de recuperação muscular na última quinta-feira, Alejandro Guerra, autor de dois gols no Campeonato Brasileiro, deve retornar a campo nesta sexta-feira, quando Cuca comandará um treino tático na Academia de Futebol.