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"Meu coração quase parou" e "sorte e azar"; frases do GP da Grã-Bretanha

F1: Hamilton quebra jejum e vence Piloto do Dia depois de dois anos com triunfo em Silverstone - Divulgação
F1: Hamilton quebra jejum e vence Piloto do Dia depois de dois anos com triunfo em Silverstone Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

03/08/2020 04h00

Lewis Hamilton é um dos grandes recordistas da Fórmula 1 e já ganhou corrida de muitos jeitos. Mas, segundo ele, teve, ontem, no GP da Grã-Bretanha, a primeira experiência de cruzar a linha de chegada com um pneu destroçado. Isso fez com que o holandês Max Verstappen, o segundo colocado, tirasse uma grande diferença na volta final, mas sem o tempo necessário para roubar a vitória do inglês da Mercedes.

"Quase não fiz as últimas duas curvas, mas graças a Deus nós fizemos. Meu coração quase parou", afirmou Hamilton após a 87ª vitória na Fórmula 1 e a sétima no circuito de Silverstone. O triunfo ainda fez o inglês disparar na liderança do Mundial de F-1. Ele chegou aos 88 pontos e tem 30 de vantagem sobre Valtteri Bottas, que era o vice-líder do GP da Grã-Bretanha a duas voltas do fim, quando também teve um dos pneus de sua Mercedes estourado.

Pressa para vencer

Max Verstappen fez um pit-stop antes da última volta para tentar garantir um ponto extra por fazer a melhor volta da prova -e conseguiu. Mas quando viu um dos pneus do carro de Hamilton estourar, ele viu uma possibilidade de vitória se abrir em Silverstone "Podemos vencer essa?", perguntou à equipe para saber se daria tempo de ultrapassar o inglês.

Corrida solitária

Apesar da emoção no fim da corrida, Max Verstappen brincou ao falar que se sente sozinho nas corridas. O motivo é que seu carro da Red Bull está bem mais lento que a Mercedes, mas também está deixando seus adversários para trás. "Nós estamos um segundo mais rápido que eles. Quero lutar por vitórias. É um pouco solitário na pista e um pouco entediante, mas é assim."

Vitória escapa da Red Bull

Ao fim do GP da Grã-Bretanha ficou a impressão de que Verstappen poderia ter saído com a vitória se não tivesse parado para a última troca de pneus. O chefe da equipe, Christian Horner, porém, não garante que isso aconteceria. "Vimos o furo de Bottas e pudemos ver um grande sulco em nosso pneu, então decidimos trazer Verstappen para os boxes e tentar o ponto extra. O pneu que saiu do carro de Max também tem muitas lacerações, então não há garantia de que ele chegaria ao final."

Sorte de principiante

Charles Leclerc é um dos novatos de maior perspectiva para o futuro da Fórmula 1. Ele "ganhou de presente" um lugar no pódio depois de Bottas ter um pneu estourado. "Quando eu ouvi que Bottas teve problemas com seus pneus, eu imediatamente diminuí a velocidade. Depois, aconteceu o mesmo com Sainz e Hamilton. Então tivemos sorte."

Fotos do GP da Grã-Bretanha de Fórmula 1

Crueldade com Bottas

O chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff, se solidarizou com o tropeço de Bottas no fim da corrida. "Hoje foi cruel. Por sete anos estamos sempre divididos. Um piloto está feliz e o outro não está. Poderia ter sido mais um dia sólido para ele, mas a corrida foi perdida", comentou ao ver seu piloto perder nove posições e chegar em 11º lugar por causa do estouro de um pneu.

Agonia de Vettel

Tetracampeão mundial, Sebastian Vettel tem agonizado na temporada 2020, a sua última na Ferrari. Em Silverstone, ele ficou em décimo lugar, a mesma posição de largada, e continua dando poucas alegrias à escuderia italiana. "Desse jeito não estamos chegando a lugar nenhum. Há algo errado em algum lugar, comigo ou com o carro. Eu tinha muita esperança de que algo desse certo, mas já não me sentia confortável na primeira volta e nas seguintes".

Chega de racismo

As manifestações antirracistas na Fórmula 1 ganharam mais um capítulo neste fim de semana. Os pilotos se organizaram antes da prova para fazer o protesto, mas sete deles não se ajoelharam. Apesar disso, o movimento ganhou adesão de partes importantes como o francês Romain Grosjean, presidente da associação de pilotos. "Ainda espero que todos possamos nos ajoelhar juntos e acho que um dia chegaremos lá. Temos de continuar a educá-los e a mostrar que é um gesto de bons esportistas e uma maneira de apoiar a causa, pois é algo que não deveria existir."

A movimentação dos pilotos em prol da manifestação antirracista fez Hamilton celebrar. O piloto inglês cobrava seus colegas por maior engajamento depois de falhas e dispersão nas primeiras três etapas da temporada 2020. "Não sei como ficava na TV, mas parecia muito mais organizado e não demorou muito além do que esses dez minutos extras. O importante é continuar assim porque temos essa plataforma incrível com muitas pessoas assistindo".

Não à... política?

Entre os sete pilotos que não se ajoelharam na manifestação antirracista, a novidade na lista foi o dinamarquês Kevin Magnussen. "Sou totalmente a favor de promover a inclusão e acabar com o racismo. Mas não quero que se torne político. Realmente não quero ser visto como alguém que apoia grupos ou organizações que eu não apoio".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informado anteriormente, Lewis Hamilton chegou a 87ª vitória e não a 91ª. O erro foi corrigido.

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