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Ferrari supera Mercedes e Vettel diz que Hamilton está "com inveja"

Hamilton assiste a Vettel no pódio  - Bai Xuefei/Xinhua
Hamilton assiste a Vettel no pódio Imagem: Bai Xuefei/Xinhua

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Monza (ITA)

31/08/2018 06h36

A conversa começou ainda em abril: a evolução do motor Ferrari, principalmente em relação à recuperação de energia, evoluiu consideravelmente neste ano e os rivais logo se apressaram em questionar a legalidade do equipamento italiano. Aquela era apenas a primeira versão da unidade de potência, e ela só melhorou desde então, a ponto do líder do mundial Lewis Hamilton admitir, após a derrota no GP da Bélgica, no último domingo, que não tem armas para lutar de igual para igual com o rival Sebastian Vettel.

Em Spa, a Ferrari estreou a terceira versão de seu motor, e demonstrou uma evolução ainda maior. Tanto, que Hamilton passou um bom tempo observando o carro de Vettel antes de subir ao pódio pelo segundo lugar na Bélgica, atitude que acabou deixando o rival ainda mais confiante justamente para o GP da casa da Ferrari, na Itália, neste final de semana.

“É bom ouvir que ele está com inveja”, disse Vettel, ouvido pelo UOL Esporte em Monza. “Sei que, na Bélgica, ele passou um bom tempo observando nosso carro. E acho que a conclusão dele foi que não dá para competir com os italianos quando o assunto é design! O fato é que não gostaria de estar no lugar dele. Gosto desse tipo de comentário porque isso quer dizer que estamos fazendo muitas coisas certas. Temos que focar em nós mesmos e nos certificar de que continuemos assim.”

O alemão, que está a 17 pontos de Hamilton, disse confiar que a solução da Ferrari cumpre o regulamento. “Em termos do que é legal ou não, a FIA é a entidade responsável por isso e acho que somos checados diversas vezes ao longo do final de semana para provar isso. Então, enquanto eu não ouvir nada a respeito, acredito que está tudo bem. É o mesmo com os outros.”

Hamilton cita “truques”
Hamilton não falou com a imprensa desde que chegou à Itália. No último domingo, contudo, ele se referiu a “truques” da Ferrari, mas depois explicou que não estava acusando o time de fazer nada ilegal. “Eles têm alguns truques no carro. Fizemos o que podíamos e só temos que continuar trabalhando”, disse o inglês. “Truque é só uma palavra para descrever algo especial, acredito. É só potência. Eles conseguem usar melhor as baterias do que nós. Não sei como fazem isso, mas é o que acontece.”

Do lado da Mercedes, o mais provável é que a atualização que estreou na Bélgica seja a última do ano, mas o chefe Toto Wolff salientou que o motor alemão ainda pode evoluir por meio de reprogramação de software e melhorias do combustível. Aliás, muito da evolução da própria Ferrari estaria ligada ao desenvolvimento de sua parceira, a Shell.

De qualquer maneira, Hamilton e a Mercedes não são os únicos que estão de olho nos motores Ferrari. Questionado pelo UOL Esporte, Daniel Ricciardo, que usa o motor Renault na Red Bull, concorda com o piloto inglês: especialmente nas largadas e relargadas, a Ferrari deu um passo significativo.

“É algo que temos notado neste ano. Principalmente nas largadas e relargadas, eles conseguem ter mais potência, talvez usando melhor as baterias. É fato que eles trabalharam duro para ter mais potência neste ano. Não quero ser cético e dizer que eles têm algo errado.”

A melhor recuperação de energia da Ferrari promete ser decisiva na corrida deste final de semana, em Monza. Afinal, o circuito tem muitas retas e poucos pontos em que as baterias são recarregadas, com apenas 11 curvas no circuito.

Confira os horários do GP da Itália

Sexta-feira:
Treino livre 1 6h
Treino livre 2: 10h

Sábado:
Treino livre 3: 7h
Classificação: 10h

Domingo:
Corrida: 10h10

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