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Volante e traseira da Ferrari estão na mira da FIA em Baku. Entenda

Sebastian Vettel corrida GP China - AFP PHOTO / Johannes EISELE
Sebastian Vettel corrida GP China Imagem: AFP PHOTO / Johannes EISELE

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Baku (Azerbaijão)

27/04/2018 06h21

A temporada da Fórmula 1 ainda está em seu início, com a quarta etapa sendo disputada neste final de semana, no Azerbaijão, mas uma equipe em especial já está na mira da Federação Internacional de Automobilismo: a Ferrari, vencedora de duas das três primeiras provas, com Sebastian Vettel.

São dois os detalhes do carro ferrarista que chamam a atenção e que podem até estar interligados: o provável uso dos gases do escapamento para ganho aerodinâmico, o que é proibido pelo regulamento, e um controle extra no volante especificamente de Vettel, cuja finalidade é desconhecida.

Antes da corrida de Baku, a FIA enviou uma carta às equipes dizendo que estaria mais atenta ao uso dos gases do escapamento. São dois os carros que, presume-se, estão usando algo que está proibido no regulamento desde 2014.

O sistema, usado em grande escala pela Red Bull em seu tetracampeonato, começa com modificações no motor para que ele continue jogando gases no escapamento continuamente, mesmo quando o piloto tira o pé do acelerador. Esses gases, então, são direcionados por meio de apêndices aerodinâmicos para a asa traseira, aumentando a pressão aerodinâmica gerada pelo carro e deixando-o mais estável e rápido.

A suposição de que Renault e Ferrari estão fazendo isso vem do desenho de peças que estão na parte traseira de seus carros. Elas claramente direcionam o ar que sai do escapamento para a asa, algo que, em si, não é proibido. Porém, se esse fluxo não é contínuo, não existe ganho e, por conta disso, os rivais passaram a questionar a FIA.

A resposta veio do chefe de questões técnicas de monopostos da entidade (e ex-projetista da Ferrari) Nikolas Tombazis. “Não aceitamos que modos de motor sejam especificamente desenhados para aumentar o fluxo do escapamento nas curvas. Para que sejam permitidos, esses fluxos devem ser o resultado de configurações que genuinamente aumentem a performance ou a confiabilidade do motor em si, e não apenas para melhorar o fluxo do escapamento.”

O procedimento da FIA é geralmente analisar caso a caso e, se encontrar algo irregular, pedir para que o time faça alterações. A chance de desclassificação é mínima.

Volante misterioso

O uso do fluxo contínuo de ar no escapamento pode estar ligado ao misterioso dispositivo que está sendo usado apenas no volante de Sebastian Vettel. É um botão giratório, ou seja, permite a uma modificação em níveis diferentes. E é justamente por isso que é algo que vem intrigando os rivais.

Não há muitas regulagens que poderiam estar sendo usadas por Vettel, e daí surgiu a suspeita de que ele estaria controlando justamente o fluxo de ar, por meio de modificações no modo de motor, algo proibido.

Entretanto, também é possível que Vettel esteja mudando o diferencial do carro ou jogando o freio mais para a dianteira ou para a traseira dependendo da curva. Estas funções estariam dentro do regulamento.

A Ferrari não comenta sobre o dispositivo.

Depois dos treinos livres disputados nesta sexta-feira, o GP do Azerbaijão tem classificação às 10h da manhã do sábado pelo horário de Brasília e corrida a partir das 9h10 do domingo.

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