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Massa lamenta crise da Williams: 'colocaram o dinheiro em primeiro lugar'

Dan Mullan/Getty Images
Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/04/2018 11h12

A Williams faz um péssimo começo de temporada. A equipe não tem nenhum ponto em três provas disputadas. Ex-piloto da escuderia, Felipe Massa diz que o péssimo rendimento se deve a uma política que priorizou o dinheiro em vez de ações de desenvolvimento dos carros.

Em entrevista à “Motorsport”, o brasileiro reconheceu que a Williams atravessa mau momento financeiramente, mas que a escuderia falhou na busca de soluções para as corridas.

“Com certeza eles não fizeram um bom carro. Esta é a primeira coisa a dizer. Apesar disso, houve muitas mudanças dentro da equipe”, começou Massa.

“A equipe sofreu muito sob o ponto de vista econômico. Então, eles tomaram algumas decisões de colocar o dinheiro em primeiro lugar. Isso não é suficiente para fazer um bom carro para a temporada”, complementou.

Funcionários antigos, pouca verba e pilotos inexperientes

Os resultados da Williams em 2018 vão na contramão do que a equipe conseguiu nos últimos anos. Entre 2014 e 2015, a Williams disputou 38 corridas na Fórmula 1. Somou pontos em 36 delas e foi ao pódio em 12.

Há alguns fatores que, combinados, explicam a pouca competitividade do modelo FW41 utilizado pela Williams em 2018. Alguns deles que não mudaram muito desde a saída da BMW.

Boa parte do bom resultado da equipe em 2014 pode ser creditada aos fortes motores Mercedes, que levaram a equipe homônima ao título após o tetracampeonato da Red Bull. Naquele ano, o time austríaco ainda foi vice, mas com Williams em terceira, Ferrari em quarta, McLaren em quinta e Force India em sexta. Da lista, apenas Red Bull (com Renault) e Ferrari não corriam com os propulsores alemães.

Diante da concorrência entre motores, Ferrari e Renault precisaram correr atrás nos anos seguintes. Desta forma, a Williams se viu alcançada por outros times. A solução seria evoluir na parte aerodinâmica. Porém, sem dinheiro e com um corpo de funcionários que pouco mudou desde os anos 1990, o time vem fazendo uma sequência de carros que deixam a desejar. E a evolução ao longo da temporada também é um problema.

É difícil imaginar que o time consiga virar o jogo antes de melhorar sua situação financeira. Enquanto o orçamento da Williams chegou a 186 milhões de libras em 2016, 55% que o de 2014 (120 milhões de libras), ainda assim foi incapaz de alcançar os das rivais. Naquele ano, o orçamento da Red Bull era de 468 milhões de libras, à frente de Mercedes (467,4 milhões de libras), McLaren (465 milhões de libras) e Ferrari (418 milhões de libras). Os números são do Business Book GP, uma publicação independente que analisa dados financeiros da categoria.

Com uma verba próxima às de rivais como Lotus, Toro Rosso, Force India e Sauber, a Williams pouco poderia errar no carro de 2016 – e pouco poderia gastar para corrigir erros aerodinâmicos ao longo do ano. Resultado: naquele ano, Massa e Bottas somaram 138 pontos e ficaram atrás de Mercedes, Red Bull, Ferrari e Force India.

Sem uma carta na manga, a solução poderia vir dos pilotos. Em 2018, a equipe apostou no canadense Lance Stroll (que chegou em 2017) e no russo Sergei Sirotkin (estreante e substituto de Felipe Massa). Ambos trouxeram um aporte dos patrocinadores pessoais que ultrapassa os 40 milhões de dólares.

No entanto, a inexperiência da dupla pesa. Mesmo com limitações, Robert Kubica poderia ser este nome, mas as dificuldades encontradas para se adaptar aos pneus e patrocinadores menos "generosos" que os russos colocaram o polonês em segundo plano.

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